A nascente das palavras/Ana Coelho

A Nascente das palavras.



As nascentes das palavras dão à luz um novo poema,
gerado e concebido na emoção do amor a escrita.
Nascem assim, livres e belos,critalinos como as aguas deste rio
em que morres e renasces.
"Palavras com espírito",personificação de um mundo e de um Ser
em sintonia com o cosmos e a natureza.


Das margens dos teus dedos
nascem "palavras vivas"como os rios que crescem
na sua longa caminhada para o mar.


É na simplicidade da vida
que reside a "força do espírito"
correntes submersas numa superfície enganadora,
que te leva ao mais profundo do SER.


Águas que correm na serenidade de uma planície,
depois de uma longa e vertiginosa descida
nas montanhas do pensamento.
O rio das palavras
onde te banhas e purificas a tua alma escureceu por momentos,
cobriu-se de bruma. Na ausência da primavera
"As nuvens choram um choro sem lamento,
aguardado de novo o sol
que seque as lágrimas das emoções
em desalinho.


Ausentas-te deliberadamente
do teu leito das palavras que concebes-te.
O cansaço invadiu o teu corpo.
Gritas ao mundo"-hoje sai".
Procuras os sentimentos e as emoções
que façam teu leito de aguas mornas crescer nas margens
da tua vida em plena evolução.


Desces as montanhas que te viram nascer,
morres e renasces nas planícies dos campos em flor.


A " insónia da lua" prateada ilumina as tuas noites,
despertas dos sonos, clareando os teus caminhos de procura.
Sacias por fim a tua sede de infinito,
quando desaguas no mar da esperança
e mergulhas todo o teu ser no coração do infinito.