Poemas : 

A prisioneira que morre queimada pelo cordão de tua cabeça.

 
Iluminando o ar inquieto
A vagar-te brilhante és transparente
Na brandura de teu lume
Esta o fogo que engole a redoma do ar

Surgindo em si as faiscas das chamas
Em derivas desmedidas ao arder-te
Fogo onduloso, ocioso, vadio, fulgurante
Que faz tuas ondulações
Como a quimera no oceano

A dissipar-se aos poucos
Esta cera sem forma, sobre
Teu esbelto corpo derretendo-se

Andando sobre a saliência de teu abrigo
Derramando-se lentamente
Na haste a que foi aprisionada
És torturada pelo desejo da visão alheia

Onde queima a fragilidade de tua suavidade
Faz melodia nos olhos que enchergam tua luz

Pobre vela que morre para iluminar a noite
Presa sobre a própria cera perde a vida
Com a cabeça derretida
E o corpo liquefeito.



 
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Beto
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