A UM CANDIDATO

A Um Candidato

I

Eu estava sossegado,
Balançando-me em minha rede.
Tu vieste do outro lado,
Para falar-me de tua sede.

De tua sede de poder,
De tua vontade de ganhar.
Estás querendo se eleger,
Para poder nos governar.

Para aumentar mais o imposto
E acabar com este gosto
Que há em mim de balançar.

É por isso que eu te digo:
Não te tenho como amigo,
E em ti não vou votar!

-*-


Ao Mesmo Candidato

II

Este ano tem eleição,
Têm promessas de abrigo.
Têm até apertos de mão
E dizeres de amigo.

Têm comícios lá na praça,
Têm visitas em choupanas.
Têm artistas que faz graça
E tem incauto que se engana.

Este ano tem eleição,
Para eleger um cidadão
Que vai mandar neste país.

Mas, cuidado meu irmão,
Não se venda por um pão,
Se queres mesmo ser feliz!