No afã de provocar mudanças rápidas na Educação, muitos pesquisadores (fora de sala de aula) e até professores procuram, de todas as maneiras, apontar os defeitos e as falhas do ensino moderno. Querem derrubar paradigmas, metodologias, mas ainda não apresentaram nada que seja realmente um novo fundamento pedagógico e didático, a não ser o acréscimo das novas tecnologias que, aos poucos, vão se ajustando às reais necessidades das escolas, da educação e dos educadores. Digo aos poucos, porque a inclusão tecnológica depende de vários fatores, quase impossíveis de ser transponíveis, como o econômico, político e a não aceitação por uma grande parte da sociedade - pais, famílias, etc.
De repente, os professores não sabem mais ensinar!!!! De repente, a escola ficou obsoleta, atrasada e isolada das transformações da vida moderna!!!!
No entanto, deve ser lembrado, sempre!!!, que a essência da escola que temos hoje, ainda é aquela que foi implantada há séculos e, por que não dizer, milênios, e não é em segundos de tempo, que iremos transformá-la desde os seus alicerces, como pretendem alguns.
Não é possível querer que uma nova escola nasça da noite para o dia, não é possível querer se desfazer de suas bases tão bem fundamentadas, ao longo do tempo, ao longo de muitas gerações, que sonharam, trabalharam e contribuíram grandemente com seus próprios conhecimentos, adicionado ao conhecimento provido pela escola de todas as épocas.
Depois de grandes eras da História da Educação, eis que um novo fato surge para transformar radicalmente a vida dos indivíduos e, junto com eles, a escola.
Porém, não é por causa do surgimento de tecnologias avançadas, que a escola deve ser considerada completamente obsoleta ou fora da realidade.
Os bebês ainda nascem da mesma maneira, o corpo humano ainda é o mesmo em suas funções, e funciona da mesma forma de quando surgiu o primeiro sopro de Vida na Terra. Da mesma forma, a natureza apresenta seus antigos biomas - mesmo que esteja sempre em transformação, sendo pelos ciclos da Terra, sendo pelas mãos do Homem.
Portanto, considerando o ensino de ciências biológicas, da natureza, da Geografia e História (sempre sendo atualizados os livros didáticos), lembrando da matemática, que é o forte esteio de todas as ciências, etc. pode-se afirmar, sem medo de errar, que a escola não está obsoleta, nem os professores desaprenderam de ensinar. (Talvez ideologicamente falando, queiram-se mudanças que, novamente, seriam impostas de cima para baixo, e em detrimento de uma face da História antiga e atual....)
O que acontece, é que as novas tecnologias vão sendo adaptadas como forma auxiliar no processo educativo, não como substitutas dele. A intenção é melhorar o que já existe, não se desfazer ou destruir um patrimônio cultural que acompanha o Homem desde o advento da inteligência e do conhecimento.
Diante de inumeráveis críticas à escola atual e ao professor, que parecem ter por único objetivo a sua destruição, a Educação vem sobrevivendo graças aos Mestres que sabem das suas limitações, mas têm a certeza de que sabem EDUCAR; sobrevive graças aos alunos que não aparecem nas estatísticas de violência e de rebeldia, porque parece não interessar a ninguém esse jovem equilibrado e sadio, que gosta de estudar, e que faz a alegria de quem ensina com amor.... ainda.
Esse artigo é dirigido, principalmente, aos professores (sou professora), que se entristecem diante das críticas pesadas que os atingem e atingem o processo de Educar. Não desanimem, saibam que a escola ainda é o melhor lugar para a criança e o jovem encontrar momentos de paz, de informação sadia e de ideais de vida para o seu futuro, sempre tão próximo e urgente.
E, principalmente, saibam que, a figura do professor ainda supera os outros personagens neste palco chamado Vida, pois é através do seu ensinamento, do seu carinho e dedicação, que ele gera o artista, o médico, o advogado, o engenheiro.... enfim, gera o Sonho do mundo de construir a Civilização ideal para TODOS.
Saleti Hartmann
Professora/Pedagoga
Pós-Graduanda em Psicopedagogia
Cândido Godói-RS
Re: EDUCAÇÃO: APOSTAR NO QUE DEU CERTO
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