Nasci...

David Santiago Noah é um heterônimo por mim criado e que tive o privilégio de lançar a obra Avesso Poético.

Espero que gostem dessa poesia tão avessa à minha.

David Noah, a sua poesia carrega a marca profunda da introspecção e da metáfora existencial, tão característica do seu modo de escrever. A imagem da “tela vazia” remete à pureza inicial da vida, onde ainda não se pintaram as dores nem as memórias. As “tintas” que caiam o rosto das lembranças sugerem as camadas que o tempo impõe sobre nós — experiências, desilusões e tentativas de encontrar sentido.

Na segunda estrofe, a metáfora da “cana da canoa”, amplia a sensação de busca solitária e incerta. O eu-poético não se coloca como vítima do destino, mas como alguém que, apesar de comandar sua travessia, acaba surpreendido pela própria travessia. A tranquilidade desejada se transforma em submersão, revelando a ironia da existência: aquilo que buscamos pode nos afundar. É um poema de quem sabe que navegar é preciso, mas também sabe que nem sempre se chega à margem esperada. Parabéns pelo momento poético!