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A caneta desliza...numa fuga para a paz (e os lábios rubros pelo luar)

 
Rio triste
ternura sem nome,
o perfume entontece
um secreto adeus
os espelhos no lago
os cisnes
sem canto
a musica e as palavras
noite na cidade,
os olhares sem dono
vagabundos anárquicos
pelas ruas desertas
um breve esquecer de mim
ignorar a dor,
a distância que destrói
o Ser,

uma lágrima pelo silêncio.

As laranjeiras
desceram
aos sentidos,
a musica tocou
os espelhos,
o Tempo
quebra
o
(en)canto
um nome num grito
à noite,
os olhares são de vidro
e o fogo no Céu e o Sol
nesta manhã que não começa,
uma árvore em chamas
num quarto longínquo
os segredos escondidos,
alguém que entenda
o meu chorar sem lágrimas,
a minha solidão sem mim,
uma canção de abandono
sorrir ao luar
pensar um amigo
e partir.

É urgente
a água
no corpo
que tento ignorar.

Água
gélida,
tépida,
água livre,
perfume branco,
molhar o peito
afastar as lágrimas
resistir à dor...

...partir em busca da libertação
o princípio de uma flor...
...não sei como regresso
mas permaneço!


AnaMar

 
Autor
Nini
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Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 28/03/2009 12:47  Atualizado: 28/03/2009 12:47
Membro de honra
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Mensagens: 11253
 Re: A caneta desliza...numa fuga para a paz (e os lábios ...
Li e reli a suavidade deste poema tocou-me.

...partir em busca da libertação
o princípio de uma flor...
...não sei como regresso
mas permaneço!
procurar a libertação mas ficar sem ter que regressar.

Beijos