Mário de Andrade definiu para sempre: amar é verbo
intransitivo. O amor atrai pela promessa do bem, mas pica uma ferida narcísica: expõe a nossa carência, a nossa incompletude. Quando amamos, sofremos porque vemos no outro tudo o que nos falta e queremos. Sofremos porque temos medo de que o outro nos abandone, a levar consigo uma parte nossa que nos desabita. Se não amamos, sofremos porque não temos com quem partilhar o que temos. Se não somos amados, não adianta ter o que partilhar.