Re: Comentário a “como são as vossas lágrimas” de Mimus-triurus - HC |
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O "como são as vossas lágrimas" foi o primeiro que publicou aqui.
O autor deve ter apagado. O que acho pena também, uma vez que me inspirou e levou a comentar, pelos motivos que declarei. Também tenho essa curiosidade, mas em casos destes de sites de escrita, há que respeitar as escolhas do autor. Espero que publique mais. Pelo menos parece ter vindo para ficar. Beijinho HC
Criado em: 10/10/2023 6:43
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Sou fiel ao ardor, amo esta espécie de verão que de longe me vem morrer às mãos e juro que ao fazer da palavra morada do silêncio não há outra razão. Eugénio de Andrade Saibam que agradeço todos os comentários. Por regra, não respondo. |
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Re: Comentário a “como são as vossas lágrimas” de Mimus-triurus |
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Era este o outro mimo...
Criado em: 8/10/2023 17:52
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Comentário a "rostos do oeste" de benjamin |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Há no título deste poema uma morada e um plural. Os rostos, como quem partilha algo, e algures. O oeste como fim, como poente, como início da noite... Começa este poema com um acto de perdão, sob uma arena versos, hurras, ecos e acção sobre acção em que se revela um primeiro conhecimento e uma distanciação aparente. Primeira estrofe marcada pelo perdão, então. Na segunda estrofe surge o fascínio (adoro aqui o verbo perseguir-te) induzido pelas inúmeras camadas que certos "rostos" possuem, a pedirem para ser descobertas, ou apenas e tão só protegendo-se. O pretérito imperfeito do verbo leva o leitor a assumir que a perseguição terminou. E aconteceu o encontro. A terceira estrofe coloca-nos com um enorme número de versos bem construídos. Não é nada fácil destacar um. O sujeito poético é colocado na pele do admirador, duma forma exponencial. Mas há no seu início um processo de identificação com o objecto de admiração, com o "nós" no primeiro verso e "as criaturas de fim de turno" (magnífico). Um "quem" repetido com mestria, exarcerbando um olhar paciente. Enche-me de inveja esta estrofe. Quiçá, ciúme. A estrofe seguinte é uma quebra. Foi encontrada uma ligeira clivagem com o que foi proposto na anterior. A descoberta associada ao deslumbramento e ao que muitas vezes o deslumbramento leva. Ao receio e à fuga, ou ao abandono. E como a vida muitas vezes não se vive inteiramente. "Errando outros erros". Ao menos que fossem os erros certos... A última estrofe é muito violenta, cheia de uma voz que se ouve, verbo falado com que cerzimos anteriormente a pele. Para memória... Para fé... Mas o pretérito perfeito deixou-me baralhado, como se o nunca tiveste, fosse um passado. Sem dúvida um dos maiores poemas que já li! Bendita a tua musa! Nota: o mais certo é eu ter feito uma interpretação completamente ao lado, mas esta, ninguém ma tira. Rostos do Oeste perdoei-te bem mais do que um verso quebrado os hurras no picadeiro os ecos do desfiladeiro o polegar invertido sobre a arena cada vez mais vazia perseguia-te há muito por detrás das lonas que escondiam grades que escondiam feras que escondiam rostos não máscaras, como querias fazer crer e entre nós - os intérpretes do teu guião de sangue e lantejoulas as criaturas de fim de turno - estava quem, na sombra, te reconheceu quem da fímbria da tua túnica fez seu hábito quem cerziu a pele com o teu verbo quem engoliu o sexo frio do teu sopro quem, da frisa lateral, se avistou, entre os humilhados e os proscritos foi no deslumbramento da revelação que te abandonei e fui sonhando outros sonhos errando outros erros fingindo a realidade que sempre me negaste e pela primeira vez pude ouvir a tua voz chamaste-me ingrato blasfemo pedaço de vazio... expulsaste-me do teu poema e eu agradeci-te: para memória, basta a dor de que não me quero desfazer para fé, basta a que nunca tiveste em mim
Criado em: 8/10/2023 17:47
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Comentário a "...e um verso cachimbo de água" de HorrorisCausa |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Um gozo quase hipnótico. Começas a primeira estrofe duma forma muito numérica. De um até seis(teto) vais desenrolando os versos um tanto oniricamente. Tenho a impressão de estar no país das maravilhas, de volta duma lagarta empoleirada num cogumelo, enlevando-se descomplexadamente. De sonos e punhais, a metais aos gritos a chamar uma melodia cheia de mosquitos (serão mosquetes, ou mosqueteiros?) falta-me, contudo, nessa primeira e numa ordem tão desordeira o cinco... Talvez a epifania. A revelação não força o mote. Parece. E dela surge o escrita de máxima força e de mais difícil linguagem: o poema. Repete-se a agressão (morte?) do sono. A insónia tem o nome devido e quantos poemas já não escrevemos durante uma insónia? ou quantos poemas não terão sido punhais? O cachimbo de água simboliza esse gozo duma forma mais visual. Ele complementa a lírica misturada de versos embriagantes. O sonho fora do sono. O êxtase. A mania não se liberta da sua irmã depressão, mas expulsa-a, geralmente, da mirada. Há um abraçar desse momento majestoso. Um não temer\pensar do momento seguinte. Nas nuvens, vapores, seguimos, numa linguagem rica e adocicada, lá em cima, no cume, no auge. Belo lugar... ...e um verso cachimbo d´água uma punhalada no sono duas chamas de três trompetes quatro mosquitos no tecto numa rápida vista d´olhos ao sexteto. epifania! faz.se um poema no caos infinito da insónia mania ...e um verso cachimbo d´água. musical joalharia que roda ventos rodopio maçapão e silêncios retorcem toques da massa cinzenta. infusão incenso narguilhê outra folha amanhecida. amanhece analepse cadeia epopeia de papoulas nocturnas na crina de um cavalo alado com asas mortas seu molde é ruba´i. sorver vapor não bastaria diluir insone noite escorregadia na sua verdade à origem uma longa escadaria. ...e um verso cachimbo d´água lá em cima.
Criado em: 22/7/2023 9:42
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Re: Quais são os seus livros favoritos? |
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Para quem gosta de estórias pequenas, mas cheias de imaginação, tenho um pequeno tesouro:
"contos da sétima esfera" de Mário de Carvalho Um escritor que nos capta
Criado em: 13/7/2023 7:44
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Re: Comentário a "a esgalhar", de HorrorisCausa |
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Não há como escapar aos dois.
Devo admitir que me chocou agradavelmente este "a esgalhar" da HC. Já à altura da publicação. Digamos que ela os tem no sítio. Os ideais. A coragem que vai esbanjando tem povoado as minhas leituras e dotado o site de criatividade. Aquilo que o benjamim insiste em fazer é mostrar-nos como o elogio bem fundamentado não é um elogio. Duma forma amiúde científica e impregnada de referências e sobretudo inteligência, é, como diz uma amiga minha, um bafo. São aliás os dois. Obrigado pelos dois momentos, o poema e o comentário, belas fontes de inspiração. Abraço
Criado em: 28/6/2023 21:17
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Sou fiel ao ardor, amo esta espécie de verão que de longe me vem morrer às mãos e juro que ao fazer da palavra morada do silêncio não há outra razão. Eugénio de Andrade Saibam que agradeço todos os comentários. Por regra, não respondo. |
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Comentário a "A noite que choveu insónias" de maria.ana |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. De livro, é como começas este poema. Infinito. Arrumar é uma das possíveis de o encontrar, ou obter. Embora não me pareça que faça parte do estilo de escrita do autor. No primeiro verso, o infinitivo do verbo procura esse infinito. A negativa, adiantada pelo Des do “...Desarrumar...”, é o primeiro des-engano que nos é proposto. Cada verso da primeira estrofe tem essa acção, o verbo no infinitivo, que sendo repetida, torna-se, um pouco, desenfreada. As “...metáforas...” são seres muito sensíveis. Há dicionários e entendidos nelas, mas o que delas se sabe, é que, apesar de pertencerem ao senso comum, elas também podem ter sentidos impensáveis, e destinatários. Meta fora. A forma mais fácil de precisar e sua importância, é não ser literal. É uma maneira de se dizer. É uma comparação, sem “como”. Um floreado. Se arrumar “...metáforas...” não é fácil, correndo-se, por exemplo, o risco da repetição, ou de simplismo, o “...Desarrumar metáforas...” procurando, por exemplo, originalidade, é um exercício para toda a vida. E nada fácil. Como a metáfora pode ser uma desarrumação, estamos perante um pleonasmo, no primeiro verso. Depois, no segundo verso, há o uso do verbo “...subir...”. Há um esforço nisto. A “descer todos os santos ajudam”, e na subida, o cansaço pode desmotivar. Mas o verbo usado, apenas sublinha o objecto. A “...palavra...” é um ser vivo, em constante construção. Ela chega, nestes dias, já nesta forma prática, e escrita, mas teve um passado e terá um futuro, que nos ultrapassará largamente. Tem a utilidade que se reconhece, mas pertence, sobretudo (no nível de importância) ao domínio do pensamento. Mais do que ser aquilo que conhecemos dos outros (além do seu aspecto físico), é também o que conhecemos de nós. E damos a conhecer. Daí ser importante ter “...palavra...”. A “...palavra...” pode ser uma vogal, ou ser todo o escrito, alguma vez escrito. A sua “...tónica...” é a sua expressão mais forte. Com tónus, músculo, força, vibração. “...abrir...” no terceiro verso, mantém o curso do poema na positiva. Elevado. A abertura, é feita de “...janelas...” a elementos da natureza, que são transformadores. Os “...jardins...” são, geralmente, elementos de beleza, coloridos, perfumados, mas também trabalhados (o jardim tem sempre o jardineiro, ou será bosque). A junção “...jardins de luz...”, transmite essa intensidade e harmonia, associada às ideias, à claridade, à verdade, se quisermos. Menos comum, é jardins “...de vento...”. O dito, é duma capacidade transformadora enorme. Onde toca o vento há mudança, crescimento, ou erosão. O que nos é proposto na primeira estrofe... Magnífica. A segunda, justifica a primeira. Mas começa num tom diferente. Mantém a forma verbal, mas o verbo “...banir...” parece demasiadamente diferente, dos de até então. Até o “...desarrumar...”, foi mais delicado. O ritmo é diferente, menos pausado, devido à redução do número de verbos; dá para ler duma só vez e ficar com um “decrescente fértil”. Uma chuva de “...angústias...” deve fartar de molhar. Deve ser miudinha. A encharcar tolos. A ligação “...brumas...” e “...noite...”, choca de frente com os mais ordeiros e belos “...jardins...”. Mas, o “...poema...”, é também ele um antídoto. Um lenitivo que surge nas “...angústias...”. A arma e a armadura. A segunda estrofe, que encontra o título, sobejamente poético, marca uma missão que não é fácil de perseguir. E persegue o sujeito poético. Na “...noite que choveu angústias e insónias...” Mas, para isso, terá que se livrar d“...as brumas intocáveis...” A definição de “...brumas intocáveis...” é brilhante, no parênteses recto, na forma de estrofe também. A arma é o “...sonhar...”, lembrando muito, um pouco, a "Pedra Filosofal" de António Gedeão. Mas também “...quebrar (num registo um pouco mais violento) solidões\com relógios de sol...” E “...panos verdes...” (será do verbo ver?). Vamos a jogo? Como é fácil de perceber, um poema cheio de riqueza interpretativa, de figuras de estilo que cada leitor deve desvendar e escolher, que favoritei sem hesitar, que deambula sobre o mote, a inspiração e a responsabilidade da poesia. A noite que choveu insónias Desarrumar metáforas subir à tónica da palavra abrir janelas a jardins de luz e de vento banir do poema as brumas intocáveis da noite que choveu angústias e insónias [ movimentos circulares em areais vulneráveis ausência amarga a acender urgências ] Sonhar brilhos de espumas na rebentação das ondas quebrar solidões com relógios de sol e panos verdes.
Criado em: 16/6/2023 14:43
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Comentário a "fonética" - de Pleonasmo |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Decisões. Ai, ui... ditongos da volúpia. Tomar a decisão de "...renegar o impossível..." é um pouco fantasiosa. Poética, vá. Lugar-comum contudo. Mas lugares comuns têm de ser explorado, dissecados, secos, colocados ao sol, na lareira, ler as fatias translúcidas. "desamparadamente..." começas com o advérbio de modo, a meter "-mente..." ao barulho. Saindo do silêncio desta maneira até o meu nome que tem um cê de cedilha caiu, o pobre não-coitado. Desfeito, o sujeito poético fica deformado e desconteúdado (adoro inventar palavras e iniciar erros), ainda assim esperando algo, talvez o usado "...restolho do desprezo..." há um certo masoquismo nesta estrofe. A resposta que a última estrofe sugere vive cheia de moralismos, ou de precisão, dependendo de como for "...o crucifixo do olhar...", grande metáfora por sinal, carregada por alguém, cheia de volúpia, com ar de punição de todos os males. Há tanto de inútil na poesia que torna-se ar, que só sentimos a falta, quando não há. Obrigado, mais uma vez, pela inspiração. Fonética desamparadamente, caem-me os impossíveis, as frases sem cês de cedilha, e os ditongos emudecidos, os que melhor exprimem a volúpia,.. não recupero a forma, nem o conteúdo das imperfeições, só me fazem esperar tanto, e tanto tempo pelo que me dás em troca, e nada surge, nem o restolho do desprezo a que me habituaste,... e já lá vem o crucifixo do olhar, já que depois de renegar o impossível, comprometi-me com o desprezo aos lados inúteis da criação
Criado em: 7/6/2023 5:45
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Re: Verso é poema ? |
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Sim!
Criado em: 2/6/2023 4:20
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Re: Verso é poema ? |
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Não.
Criado em: 1/6/2023 5:08
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