"O dever supremo de qualquer escritor - de qualquer pessoa - é trabalhar para perceber com a maior clareza possível a sua mediocridade, e só perante um slêncio lúcido, mais ou menos prolongado, recomeçar. E há-de, mesmo que em glória aparente - sempre passageira - voltar a calar-se e a ler e a aprender e a trabalhar com muito afinco, novamente na percepção da sua mediocridade, e a mediocridade é tão móvel como a excelência, e nada tem de casual, como a excelência. E só quando lhe for claro que não faz nada de absoluto poderá fechar a primeira linha. E então sentirá que está esfomeado e juntar-se-á à - rara - alcateia de esfomeados que perora no monte, os que não clamam nada para si além da sobrevivência, tendo presente que não é próprio do lobo comer outros lobos para a alcançar. O escritor deve ser a fera pura, as balas hão-de ser balas, o jogo limpo. Caça-se a matéria do conhecimento, novo ou velho, não a mancha do par. Chegou a hora de nos erguermos acima da merda necessária. Desta mediocridade. Porque até para matar a fome é preciso lucidez."

Pedro Guilherme Moreira

Que inveja, não ter sido eu a escrever isso!!! kkk ok, pelo menos a lembrar-me de abrir um tópico com essa "tão bem apanhada" citação...

Beijo, Cleo.

bem dito assim, quase um mantra para se alcançar o puro e essencial... mas será que conseguível nesses tempos contemporâneos? confesso-me um inapto para...

Confessar-se "inapto para..." já é meio caminho andado. O que se escreve é que deve ser questionado, sempre, não necessariamente a pessoa: é essencial ver-se a diferença, antes de tudo, entre "ser inapto" e "ser-se inapto para...". Julgar a escrita, não a pessoa. Acatar a crítica sem "acarar" (ou acarear) quem no-la faz... quer seja outro ou nós próprios... Tentar melhorar, tão simplesmente. Sempre.

disparate. as discussões lançam-se e não têm que ser alimentadas por quem as manda. para fazer o que fazes nos teus mais vale estar quieto.

Só iremos além da mediocridade se tivermos consciência dela em nós. Mas essa qualidade raros são os que aceitam como eventualmente sua; daí que este universo esteja cheio de poemas lindos, excelentes, sublimes até enjoar.

olha, já sou outro. este homem é demais!!

estou de volta! a praia estava uma merda pois o tempo fechou

e, sim, refleti bastante sobre a linha anterior e supus estar perfeita antes de publicar, mas sou notoriamente medíocre...

abs