Frequento esta casa (sítio) há cerca de dois anos e pela primeira vez venho ao fórum participar, vou deixar a minha opinião do que penso sobre as regras e o funcionamento do Luso Poemas, as alterações que se vêm discutindo recentemente, e a forma como as regras são aplicadas, partindo do principio que o Luso Poemas é um sítio privado-público, porque na pratica não existe sítios on line privados abertos a todos os que queiram participar, seja através dos textos, comentários, leitura ou fórum.
A regulamentação que existe parece-me desajustada do essencial que norteia o bom funcionamento da circulação de um site entre os seus utilizadores. Por exemplo; na aplicação da mesma noto uma inteira falta de bom senso na regra que regula a equipa de moderadores que analisam os textos e fazem valer as regras existentes quando é o caso disso. Para que a integridade se mantenha no espaço-tempo o cargo de moderador deveria ser rotativo, passando por designar previamente uma equipa de moderadores e assim rodar entre os nomeados de x em x tempo. Equipa essa também ela renovada (reeleita ou) de x em x tempo. Nota exemplo; como posso eu, moderador, analisar o texto do meu amigo ou de alguém do meu círculo pessoal de interesses (não escamoteemos o que existe se existe, e nós sabemos que sim) com os mesmos olhos que analiso os outros? Sem citar nomes, não é disso que aqui vim falar, mas, tenho assistido e não raras vezes na aplicação de diferentes medidas em casos semelhantes, tenho também assistido a castigos ligeiros ou inexistentes para situações graves e castigos severos para situações menos graves. Quanto aos interesses poderia enumerar uma quantidade deles que podem e estão muitas vezes por detrás do que move muitos escritores, mas todos sabem melhor do que eu…
O que acho do comentário; Sei que uma das alíneas que rege este site é o lazer e convívio, muito bem, mas, se é assim, então deveria ser feito no bar do Luso, permitam-me a expressão, mas o lazer e o convívio fazem-se em locais próprios para o efeito, que é como quem diz o chat que é mais vocacionado para isso, ou então as PM, evitando agressões verbais em público, protegendo assim os autores e desta forma aumentar a qualidade do que se produz, do que se publica, porque eu sei e vocês sabem que as relações entre os usuários são a principal fonte de comentários no site, relações que começam muitas vezes nos interesses dos usuários em promover e registar audiência nos seus blogues pessoais e respectivos conteúdos, manipulando o real valor do que se produz, relegando a qualidade dos usuários que a possam ter para segundo plano. No caso da poesia; sendo a arte uma expressão do foro humano estritamente pessoal do artista, o comentário não faz qualquer sentido, outros géneros… a critica ou a opinião sobre determinado texto ou assunto pode ser feito através da publicação de texto ou do fórum.
O botão apagar também não faz sentido na mão do usuário; quem publicar um texto numa revista, jornal ou livro não vamos apagar seja o que for, o escrito é aprovado ou não, antes da publicação. É claro que aqui teria de ser analisado à entrada e aí caso infringisse as regras, o moderador tomaria as respectivas providências, ficando o moderador a dirigir através de um perfil criado para o efeito com o botão para a eliminação do texto no caso de infracção, e no caso de o comentário existir, quando o mesmo possa atentar contra o bom nome do autor, só e apenas. Esta é uma medida que visa a protecção dos autores no sentido de que os protege deles e do público em geral. No entanto quem mais perde com o botão apagar é a história e o prestígio desta casa que arrisca todos os dias perder autores que o futuro possa vir consagrar e com isso perder também uma parte do seu legado. Poderia neste caso haver um botão que desse acesso à correcção do texto? Se possível fosse… apenas isso.
O luso Poemas é um difusor de cultura, no sentido em a expressão humana é cultura, independentemente do seu conteúdo; entende-se como cultura tudo, o que possa ser absorvido pelos sentidos humanos e desta forma exercer influência sobre a projecção da personalidade desse mesmo ser humano, nomeadamente numa prematura fase de crescimento, mas também durante o crescimento que acontece em todas as fases da vida. Já os conteúdos estão intimamente ligados ao funcionamento emocional e cerebral de quem os escreve com todo o processo pessoal implicado no mesmo, sendo que o autor nem sempre está em condições de analisar o que escreve; uma mente disfuncional (ou turba se quiserem) não consegue avaliar o que pensa ou sente. A cultura será sempre um educador de quem absorver, não vale a pena escamotear que há o bem e o mal, e chamo atenção para a falta de valores morais que se tem instalado no mundo actualmente. No âmbito da projecção pessoal e profissional tenho visto um pouco de tudo para se levar o produto que se inventou ou reinventou, adulterou e muitas vezes roubou a bom porto não olhando a meios para atingir os fim… O Luso tem a obrigação, penso, de proteger os seus autores e de se proteger contra quem possa perigar a sua continuidade. Acho que a continuidade estará sempre dependente da qualidade dos textos, do interesse dos temas, etc. Eu como autor devo dizer que não me agrada ver os meus textos lado a lado com conteúdos e linguagens estritamente pornográficos, por exemplo.
Podem perguntar-me; assim a linguagem artística não pode ser livre. A linguagem (expressão) artística pode e deve ser livre, mas é como digo, a expressão só é artística se for humana e aí sim não há limites para a criação. Por exemplo; eu sou um animal racional (humano portanto) e não me revejo na forma de alguns espécimes de animais irracionais expressarem e satisfazerem os seus instintos sexuais ou outros; compreendem a diferença da expressão humana, artística ou não, da expressão não humana?
Para terminar, todos somos livres de dizer e fazer mas dizeres e fazeres há que deveriam ser feitos em locais próprios, privados portanto, protegendo quem não se revê em tal; o Luso está on line a quem quiser aceder, lembro.

Este não é uma intervenção que se comente. Também é impossível não concordar com o seu conteúdo. Por extensa não deixa de ser clara e lúcida.
Resta-me sublinhá-la e aplaudi-la.

Valdevinoxis

Aos moderadores quero agradecer a recepção aqui no fórum, aliás como vem sendo habito salutar desta casa a todos os recem chegados ao fórum, obrigados.

Valdevinoxis, a falta de comentários podia-se enterder que está tudo sobre uma querida brisa rosas. por vezes vou ao espelho da casa de banho ver se tenho alguma anomalia porque quando falo normalmente o silencio bate à porta, mas desta vez quem estava doente era o espelho.

Camarada Alberto Moreira Ferreira,
Concordo em muito do que afirma. Valeu bem a pena ler este texto. Há notoriamente no Luso-Poemas uma tentativa de desresponsabilização de quem administra ou modera ao entregar a cada um de nós a possibilidade de retirar a opinião alheia. De facto, creio que se esquecem de que este espaço está disponível para todos e que, ao se inserir um texto, o mesmo se torna de acesso público, logo à mercê do comentário.
Um abraço
Xavier Zarco

Gostei de ler Alberto, aliás já te tinha dito isso.
Abraço
Roque

Obrigado Alberto.

Subscrevo quase na totalidade o teu texto. O problema Alberto não está nos ideais do homem civilizado, o problema está na besta do homem selvagem. E no nosso Luso já assisti a momentos de autêntica selvajaria entre os seus associados.

Resta-me tomar partido pelos mais frágeis que quase sempre são as melhores pessoas, mesmo que não sejam os melhores escritores. Sendo assim, enquanto os poderosos do Luso se comportarem como os poderosos do nosso mundo, espezinhando, calcando e humilhando os mais frágeis e educados, eu estarei do outro lado da barricada.

Não te venho aqui bater com a mão nas costas Alberto, venho dizer que para a comunidade Luso Poemas é tão importante concordar com um autor publicamente quando ele procede correctamente, como também pronunciarem-se quando algum autor faz burrice da grossa.

Esse é que é o problema real, aos poderosos ninguém diz nada e eles fazem e dizem o que querem. Para alguns são os interesses instalados para outros é apenas o coleguismo, correligionários de um estatuto cultural, digo eu que penso pela minha cabeça. Sendo assim eu, enquanto o Trabis entender, estou do lado do Botão.

Abraço Alberto

Meus amigos, é claro que o que aqui trouxe não é novo e é exposto duma forma genérica, mas penso que está o essencial do problema, que muitos problemas tem criado a quem pretende apenas viver em paz para poder fazer o que gosta nas melhores condições possíveis, e que não são, nem de perto nem de longe as condições que a maior parte dos usuários gostaria. É pena que não se manifestem mais… quando passa o comboio. depois ele parte e é tarde… eu não acredito nas adidas…
Quando era um pouquito mais baixo aprendi uma canção que dizia; ”…tu sozinho não és nada, juntos temos…”

obrigado a todos vós