Poemas : 

POLÍTICAS CONTAS

 
 
POLÍTICAS CONTAS

Contas e mais contas.
A quanto tu montas?
Multiplicas, diminuis ou somas?
Neste mundo, sem contabilisticos Axiomas.
De que nos serve a adição?
Se da mesma, não há aferição.
E talvez nem, corresponda ao conteúdo da facturação.
Abstracto calculo de burlesca imaginação.
Coitada da diminuição!
Sempre a fugir da contribuição.
No entanto, são números belos.
Interessantes duelos.
Aritmética esgrima de valores.
Com os menores a tirar dos maiores.
Sempre atrasada para a raia miúda, surge a multiplicação.
Barriga a maior usurpação!
Mas, não passa, de um calculo descabido.
E nunca se sabe, se foi pago ou recebido.
Nem aonde resta o produto
Do multiplicado conduto.
Ou o sacado escondido.
E fraudulentamente dividido.
Divisão! Somente trabalhas a votos!
Por este mundo, ainda tens poucos devotos.
E assim, neste esférico, aprisionamento.
No todo circular movimento.
Lá passamos dos lineares aos esféricos abismos.
Mas sempre a trabalhar com algarismos.
Caminhamos dependentes de muitos conformismos.
Pessimismos e optimismos.
E como redondo é o mundo.
E o universo vasto e profundo.
Da plana aritmética.
Passamos à trigonometria esférica.
Cálculos e mais cálculos.
Do lápis nas mãos, os calos.
No chão, da borracha a suja poeira.
E os resquícios de encoberta roubalheira.
O mundo, é uma política ratoeira.
Nesta imposta ignorante restrição.
Sem absoluta matemática condição.
Ainda nos empurram com as fracções.
Com um numerador a pressionar as acções.
Administrativamente, é sempre o pagante, o fraccionado.
Dividido, para melhor ser enganado.
Com tanta equação
E maldosa operação.
Ainda há contas com logaritmos.
E derivados de mesmos ritmos.
Vectores, sem humanos segmentos.
Mas na força, de corrupto lápis, causadores de muitos sofrimentos.
Neste correr aos expoentes, instauram-se as potências.
Sem humanas abrangências.
Sejam elas, estrangeiras ou nacionais.
As numerações nunca são racionais.
Que mundo de números complexos.
Sem humanos amplexos.
Políticos, números irracionais.
Sempre com equações polinomiais.
Como sois infernais!
Com vossas insolúveis incógnitas.
Virgulas de produtos de miseráveis marmitas.
Sem a força de factores determinantes.
Que sejam operativos a todas as gentes.
Sereis sempre ao universo, maldosas tangentes.
E da vida, a traiçoeira secante.
A morte fulminante.
Que, transformará este mundo, em planeta errante.
Entre tantas nefastas variantes.
Ainda se criam mais matemáticas componentes.
Tantos são os degradantes números, a quererem ser presidentes.
E como a alta finança, lhes proporciona essas perspectivas.
Juntam-se os factores da corrupção, às eleições administrativas.
Tudo são cálculos e estimativas.
Forjam-se falsas estatísticas.
Para eleger ultrajantes e calculistas políticas.
Distorcesse o cálculo integral e diferencial.
Para se ser eleito, neste político manancial.
Enquanto as populações, vivem fatídico decréscimo.
E os políticos, económico acréscimo.
Nunca um teorema, foi tão acertado e evidente.
E assim, entre parentes, enrica o político indigente.
No meio de tantas equações algébricas.
E palhaçadas tétricas.
Rufam os tambores
E dançam os aduladores.
E no êxtase das falsas numerações.
Fazem-se novas validações.
Mas, não passam de números, sem humanas soluções.
E por se esquecerem, antigas matrizes.
Na terra, vão secando as raízes.
E como a raiz quadrada.
Ao esférico, não é equilibrada nem enquadrada.
Vai-se para a trigonometria quântica.
E perscrutando o corpúsculo, até às estrelas, vai a política.
Monstros daninhos a tentarem sacar novas dos universais espectros.
Com velocidades ainda configuradas em metros.
E distancias em tempo de matéria.
Como se fosse essa a universal artéria.
E o espaço, o tempo, e seus astros.
E mais universais encontros.
Não navegassem na forma de semelhantes ondas estacionárias.
E correntes universalmente evolucionárias.
Originadas na força das grandes e menores partículas.
Sem consentimento a partidárias gulas.
Pobres alimárias.
A quererem voar para além das ondas e regras planetárias.
Mas, como sois, o que sois, continuareis a rastejar por terra.
Devido à vossa aleivosa conduta, que somente erra.
E como raivosa fera tudo ferra.

Eduardo Dinis Henriques






 
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Eduardohenriques
 
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