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Há muitos motivos para qualquer um de nós morrer



Não é nada saudável para quem quer que seja, viver numa sociedade onde cada um se preocupa em arrumar somente a sua casa, e o meio que une o tudo caminha nas correntezas do deixa andar, não, não é nada saudável uma sociedade em que os valores culturais coabitam fechados em quatro paredes, sendo que a função destes valores é satisfazer as necessidades da sociedade que precisa deles para se manter e serem transmitidos para as futuras gerações. É bem verdade que por um lado somos influenciados pelas outras culturas (e não somos os únicos no universo), porém, deve predominar aquela que nos identifica como um povo.

Há muitos motivos para qualquer um de nós morrer, mas a insistência de viver, nos abdica vivos. É só contemplarmos pela carência que há a volta de cada avenida, a volta de cada caminho do mato, a luta pela existência, para perceber isso. Lutamos vinte e quatro horas ao dia pelo básico e as outras vinte e quatro horas, lutamos outra vez pela mesma coisa, procuramos competir com os outros construindo luxo a beira do lixo, instruirmos o homem enquanto destruímos a sociedade, disputamos pela vida e morremos sem vida. Quem seremos para onde vamos?

Ontem não tínhamos a pátria nos nossos punhos, juntamos as garras sem diferenças e entoamos com uma só voz, agora que temos ela, cada um tem a sua cor, cada um com a sua mesa e cada um com o seu sonho. Esquecemos o propósito comum e fazemos valer os propósitos pessoas, quando, bem perto do nosso olhar, há quem chora pela unidade, chora por um pão, chora para sonhar e conviver no mesmo festejo.

Quem se preze para sua sociedade, canta na alma o mesmo hino, mas, não somente canta, também deve olhar a mesma bandeira como símbolo da sua existência e ciência da sua cultura. Para que amanhã, ao celebramos a vida, celebramos a ida de todos quanto viveram e deixaram aspirações para as vindouras gerações.





Angola
 
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Mauango
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