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Estática, fujo para o vazio.

 
Deambulo descalça entre as areias deste antro em que depositaram os meus pés, sem andar próprio.
Olho e não vejo. Vejo e não olho. Vejo o vazio dentro de mim, quando não olho para o mundo. Olho o vazio e não vejo o mundo.
Olho em frente! Vejo só o corredor! Sem fim! Vejo o nada. Estranho.
Sinto-me uma transeunte perdida à procura de se perder, nesta estrada mal alcatroada que deixaram para me ver cair. Mantenho-me firme neste covil em que me colaram os pés.
Lanço o olhar, agora, para o horizonte. Vislumbro a finitude do longínquo, que nunca alcançarei. Uma estranheza entranha-me nas entranhas do meu recôndito ser.
Penso no futuro que não existe: há-de existir. Penso no passado que não existe: só existiu. E, o presente é tão exíguo, de tão pouco espaço de existência deixaram para ele - e, é dele que fujo. Fujo para o passado e para o futuro ... que não existem.


pessoa nenhuma (reside em mim)

 
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elsa
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/07/2007 22:42  Atualizado: 10/07/2007 22:42
 Re: Estática, fujo para o vazio.
Sinta primeiro, escreva depois.
Quero dizer com isto que me parece que a sua escrita é ansiosa, denota, na minha opinião uma busca interior sim, mas vive numa espécie de caos que não se sabe se é o cosmos ou o satélite...
Do ponto de vista da escrita, a autora consegue imagens férteis, mas rapidamente se perdem num corrupio de indefinições que marcam, negativamente a meu ver o texto, mas estão a um passo da poesia.
Basta querer e trabalhar.
Ah! e sentir...