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UM DEDO DE PROSA

 
UM DEDO DE PROSA
(uma cozinha cabocla, porta para a roça, um fogão a lenha e um dedo de prosa a tardinha...)

Ela: Ave Maria,
Seu Deodório!
Pra Itirapina?
Domingo?
Comigo?
Convém não!

(Deo, esticando conversa)

Vou ver Dora
Que chora
Co’a criancinha.
Deu parto
Na capital.

Ela: Esse matagal...
Ô seu Deodório...
Bota fogo logo
Senão...
Esconde logo
Outro peão safado
E dá cabo de seu empório.

(Seu Deo se aproxima perigosamente e com terceiras intenções)

(Ela dengosa):

Não seu Deodório,
Assim não...
Toma tento.
Ai, seu Deodório
Que sofrimento...
Se outra gente, pega a gente assim...
Nossa seu Deodório...
Nem carece tanto fogo
Tô tão sozin...

 
Autor
Raquel Pereira Rocha
 
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