Luso-Poemas
 
Poemas : 

Alquimista

 

Assomam-se
as horas perdidas
e da minha boca
nenhuma palavra
a salvo.
Apenas
esse murmúrio rouco
das mesmices estonteantes.

E eu com a roupa da alma...
pele, pura e simples,
invólucro
desse tantinho
de universo
esmiuçado em um corpo
que tange
as cordas da vida,
entoo
o mesmo canto possível
que já conheces há muito.

O teu entendimento
é o cálice que recebe
o sumo do que sou,
e me bebes com expressão
de prazer no rosto.

Alquimista
a separar a pureza da uva
da acidez corrosiva
e estonteante
do meu álcool.


Frederico Salvo

Direitos efetivos sobre a obra.
http://pistasdemimmesmo.blogspot.com/

 
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Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 17/12/2010 23:10  Atualizado: 17/12/2010 23:10
Colaborador
Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: Alquimista
....poema com endereço, com a nitidez da arte de quem sabe. abraço Frederico e Bom Natal

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/12/2010 00:05  Atualizado: 18/12/2010 00:05
 Re: Alquimista
"Alquimista a separar a pureza da uva da acidez corrosiva e estonteante do meu álcool."

o seu poema é uma corrente feita de elos de puro amor e paixão, embebedando no final... beleza de escrita parceiro.

um beijão de Natal e aquele abração bem carioca, pra ti e seus próximos.

zé

Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 18/12/2010 19:36  Atualizado: 18/12/2010 19:36
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: Alquimista
Belíssimo, Frederico!Embora a alquimia ao nosso alcance não desvende todo o oculto, teu poema dá-nos algum entendimento de teu "eu poético". =)
Bjins, Betha.

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