Poemas : 

Alma do povo

 
Oh alma que cedo de mim partiu!
Se partiste foi porque quiseste?
Aflorando meu corpo em prisão
Ferida que em mim abriu


Alma, alma!
Por onde escondes?
Não de encontrão
No sótão da minha solidão


Quão cedo te foste
Ao encontro do vazio
O alma que partiste
Em pés de abrote


Há esse silêncio em mim
Na alma que partiste
Esqueceste de mim?


Alma naufragada
Que nem pode ser salgada de salvar
A tristeza dessa certeza
É que não tenho a repesa
Nem se de mim te despediste


Oh alma, alma
Que cedo de mim partiste
Nem o José
Quando toma seu bagaço
Escuta teu cansaço
A porta do café


E a Dona Antónia
Ainda espera tua chegada
Relembrando tua partida
Qual bravo pescador


Oh alma, alma
Que é minha
Mas também do povo
No mar que nos Aguava


Se moras no meu centro
Porque não encontro
Teu suspiro
Quando a guitarra
Toca meu retiro


Ai Dona Antónia Dona Antónia!
Eu respiro, eu respiro
Respirada sem precisar
Chamando a alma
Para a nos se juntar
Ai Dona Antónia
Ainda ontem disse ao José
Que essa alma é tudo
Que se vê
Mas o José retorquiu
Viva Portugal!!!
Que a alma e banal
Tomei o café e sem abrir meu silencio
Me retirei do José
De saída desse café
Onda a alma não estava escondida
Me encontrei com a rua
Entre lampiões
Que só gastam e nada dão
procurei
Essa alma e uma pequena estalada


Alma, alma que me acalma
Levei essa estalada
Porque retirei uma
Palavra ancorada
E foi logo mal empregada
A uma garota de esplanada


Mas não tenho medo de me embalar
De construir a saudade perdida
Alma, alma
Eu só te quero encontrar
Podes voltar
Estas perdoada
E nem pelo povo
Serás censurada


E me embalo novamente
Por esse passeio
Por essa rua recorrente


O José sai de traz
Que eu também sou gente
Povo, povo
E neste lodo que se tornou Portugal
Que me afunda a alma em tal temporal
Que o mar se acalma
Pedindo essa alma


E se a lavadeira
Não serve para rouparia
O capitão perde a alma
no vinho da mascaria


E depois da garrafa vazia
Tal e qual o corpo
Quando cheio apreciado
Quando vazio desprezado
Agora porra que porra?
Porque também me faz falta
Que alguém possa animar a malta
Oh Dona Antónia
Por acaso se vir a alma
Peça-lhe com calma
Para me escrever
Porque vou viajar para a alma procurar
E assim me despeço da alma
Da Dona Antónia com um beijo
De muita calma
Sem lágrimas para recordar
Na alma que cedo de mim partiu
Se partiu foi porque quis
Que cá eu!! vou mas é ser feliz.


Porque a morte não sei se é grande ou pequena,
Mas!! A vida sei que não é eterna.


PS:

José atenção às diabetes não bebas tanto café senão tua alma um dia perde a Fé.

Dona Antónia se a alma vir, lhe peça para me escrever a sorrir

Quanto ao povo vou-me embora porque já não a alma que te aguente.





 
Autor
Marujo
Autor
 
Texto
Data
Leituras
702
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/01/2011 10:27  Atualizado: 31/01/2011 10:27
 Re: Alma do povo
TEMO QUE ESTA BEM COM A NOSSA ALMA, DEIXO MEUA ABRAÇO, UM MARAVILHOS POEMA.

MARTISNS

Enviado por Tópico
flavito
Publicado: 31/01/2011 15:44  Atualizado: 31/01/2011 15:44
Da casa!
Usuário desde: 06/12/2009
Localidade: Rio Tinto, Gondomar,Porto
Mensagens: 334
 Re: Alma do povo
um belo poema para acabar janeiro, vamos ver o que fevereiro nos trás de amor ou de algo que não se faz,xD

brilhante, marujo