Cais
A noite abraça a alma,
lava, guarda espelhos.
Lágrimas bordam folhas,
contornam olhares indecisos.
Manhãs nascem nas janelas.
Namoram as pedras alvas,
prontas para receber o sol.
Formigas celebram as horas frias,
borboletas dançam, vestem a brisa.
Pousam nas cores dos quintais.
A noite abraça as nuvens, 
recorta as lembranças
deixadas ao vento.
{No silêncio amores viajam} 
estátuas não dizem adeus.
As sombras,
lavam-se na espuma das ondas
à beira do cais.
                
 Poemas em ondas deslizam nas águas.