Na areia fina
onde afundo os meus sentidos
sou a miragem de uma página branca
no rubro sentir das memórias...
Imagem de palavras
desenhadas na âncora cálida
que mergulha nos fios de luz
que encontro em cada etapa...
Sentada no âmbar do pensamento
balanço nos dedos as capas soltas
que o meu olhar recebe
nos gestos (des)focados
que levam ao meu deserto...
Tudo à minha volta é mundo
uma esfera marcada pela caligrafia
onde os "homens" se revelam
nas entrelinhas de tudo
e o nada é a mais valia
que fica no apogeu dos tempos...
Marcas de sangue
que me recolhem ao deserto
onde a solidão de um livro
é a página aberta
dos meus sonhos ao encontro
de todos os sonhos
onde a humanidade é a claridade
para lá de um momento efémero!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...
Re: Página aberta
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