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Lavagem

 
Tags:  poesia  
 

LAVAGEM

Encostado à janela do tempo,
batem-me murros de vento:
pancadas, que abrem meu peito,
que me fazem limpeza
e aspiram sujidade acumulada;
pó passivo, antigo, que vive comigo!

O vento bate na janelas,
abre-as de par em par!

Mais fortes, ainda,
batem-me murros de vento
para me lavar.

Fico molhado,
lavado por fora,
mas não por dentro!

A água,
que de mim escorre,
lava-me de toda a sujidade!

Algum pó, que ainda fica,
fica como fermento,
esperando que, um dia,
venha mais chuva e vento,
que me consigam lavar
todo por fora,
todo por dentro.


Figas

 
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Figas
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