Poemas : 

Antigas Traições

 
Malha a bigorna o coxo Hefesto
enquanto remói
o ciúme e todo o resto.

Maldito Ares (!), vocifera.
Maldita besta-fera que trouxe o gozo para Afrodite,
amante insaciada,
qual fêmea alucinada.

Deuses! É hora da justa vingança
(nela repousa a última esperança).
Expulsemos a febre malsã, de todo amanhã.

Que se exponha à censura, a vergonha do adúlteros.
Que lhes cessem toda mesura,
pois eis que traíram o sonho,
que ao ferreiro permitiram.

Que gemam cativos na rede dos mortos-vivos.
Que peçam clemência pelo estupro da inocência.
E que implorem por um gesto de nobreza,
pela impudica paixão acesa.

Que nada mais se lhes conceda,
pois macularam o Olimpo.
Que morram como os mortais,
e que Hesíodo, para sempre,
oculte os imorais.




Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, outono de 2015


Sentir-me-ei honrado com a sua visita em minhas páginas, nos links abaixo:

www.fabiorenatovillela.com

Blog - Versos Reversos

 
Autor
FabioVillela
 
Texto
Data
Leituras
853
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
22 pontos
2
2
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/04/2015 07:03  Atualizado: 01/04/2015 07:03
 Re: Antigas Traições
Que estrondo, Fabio Renato!
Este poema entra forte em meu ser.

Muito bom!
Grata pela partilha

Abraços

Enviado por Tópico
Juvenal Nunes
Publicado: 14/05/2016 09:27  Atualizado: 14/05/2016 09:27
Membro de honra
Usuário desde: 28/07/2013
Localidade: Douro Litoral
Mensagens: 531
 Re: Antigas Traições
Quanta inspiração neste seu poema, Fábio. Mas a condenação que o envolve transporta-me para Jesus que libertou Madalena de sete demónios que viviam nela e a livrou de ser sacrificada pela lapidação.

Juvenal Nunes