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É a Vida...

 
Chegamos assim, de mansinho e, devagarzinho vamos crescendo, vamos levando, vamos vivendo. Em certos períodos, é aquele sufoco que parece não ter mais fim, então, as lágrimas vêm e juntas, passam a inquirir: Para onde vamos? A estação se aproxima. Desceremos ou seguiremos adiante?
Nesses momentos, um sorriso indelével flutua no espaço e intocável - como o são todos os sorrisos -, desfaz nossos mais íntimos sonhos. Quando procuramos decifrá-lo, desaparece no ar, deixando em nós uma angustiante sensação de “déja vu”. E nisso, não sabemos se fomos ou não fomos. Se já não passamos por ali em outros tempos. Impossível dizer se estamos dormindo ou sonhando acordados.
Somos assim, duas metades da mesma moeda. O amor e a razão. Lados opostos, porém, interligados num mesmo universo. A loucura dentro da razão: Não nos importa aonde chegar, tanto faz o caminho que tomarmos. A direção não interessa, o que importa em si é que sempre chegaremos a algum lugar.
É esse o sentido da vida? Buscar um final feliz ou viver da melhor maneira possível cada segundo acabado ou inacabado, como se ela fosse terminar abruptamente? A resposta está lá, no fim do túnel, mas quem garante que quando lá chegarmos, nós encontrará a tão auspiciosa luz?
Há de vivermos intensamente, bem o mal, mas vivermos. Sentirmos o prazer que é a vida. O êxtase de se viver com todos os sentidos completos! O agora é aqui, neste momento, o passado, não volta mais, o futuro não nos pertence, porém, o presente, este sim, é nosso! Podemos dispor dele como bem o entendermos, usufruí-lo sem medo ou restrições porque não sabemos o que pode acontecer no movimento seguinte da grande engrenagem que governa nossas vidas.
Diante das nossas vicissitudes, vão-se os dias numa melancolia infinda...
Levam consigo nossas ansiedades, nossas ilusões, nossos sonhos e, em tudo isso, o que era nunca o foi e o que foi, nunca o tivemos.
Geralmente, à noite, um imenso vazio invade os recônditos mais secretos da nossa alma, e ela, que tanto procuramos resguardar das palavras desencontradas que ouvimos, sucumbe diante dos passos perdidos que nunca seguimos e das carícias trocadas que nunca esquecemos. E assim, a vida continua sua insofismável rotina e nós, escravos que somos dos seus caprichos, seguimos procurando vivê-la da melhor maneira possível...

(® tanatus - 26/10/2008)
 
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