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Renasce em firmeza acanhada
a vontade de ser voz no silêncio marcado
pela dimensão da espera no local
onde os sonhos se alimentam do néctar
que os torna vivos ( e a mim também…)
Subo lentamente degraus conducentes
ao estado de existência que complete
a expectativa
de esgotar dores que foram companhia
na realidade de estar só…
Respiro fundo, finalmente…
na visão policromática que preenche
meu olhar de esperança
Dispo o fato das Festas
deixando que o aroma
invada espaços
que acomodavam o vazio
das paredes frias que me levavam
às profundezas da escuridão
sem retorno
Na nudez duma vida para viver
enterro o fato vincado
desfaço o nó que me sufoca
e na liberdade de estar preso
aos braços que me enlaçam
na estonteante leveza da vida
grito bem alto que quero
e volto a ser…a ser
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"A ausência só é efectiva quando a presença nos é, ou foi, indiferente" (Ajota)