Vidas passadas,
presentes e futuras,
dias, semanas, meses,
anos, décadas, séculos...
Tudo gira no pêndulo,
relógio vital circadiano,
ciclos, seres, estrelas,
populações, constelações...
Oh mundo belo e cruel,
Ao lado do mel, o fel,
À frente da nascente,
Surge o poente,
Atrás do monte,
Se revela o horizonte.
Nos dilemas do contraditório,
Nos conflitos do necessário,
No pulsar do coração libertário,
O tempo que escoa temerário.
Na ampulheta de areia,
No prato, mingau de aveia
Viver no limite do finito
E contrastar com a amplitude
Das possibilidades do infinito
Ao alcance de uma atitude,
No Deus jardineiro
Da sementeira do universo
De jovens vidas ceifadas
Na sanha cruel dos perversos
Nas sementes-crianças
Brotam novas árvores
galhos de esperanças
para outros tempos,
Gritos que ecoam
do deserto aos campos,
Do terço ao verso,
das preces às orações...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Maio, 2003, revisitado em 2018, poema de apresentação do livro: "Partir é... achar-se", em publicação pela Amazon.com em dezembro de 2018.
Imagem: Butterfly Nebula, NASA.