Revelia †
- mas você é um menino!
- e dai?
- Dai que meninos não usam maquiagem.
- Quantas caras você acha que o Diabo usa para ser amado como Deus?
Em silêncio...
Observou o céu procurando o caminho das estrelas onde sabia que estava guardado dele o verdadeiro coração.
Sem dinheiro para o perfume...
Um olhar final ao espelho...
Um casaco um pouco velho,
As calças,disfarçam bem,
Blusa já muito usada
Mas passada,
Lembrando tempo de alguém
Muito querido(sua mãe)
E sabe que ela, na vida
Nunca se deu por vencida ...
Situação complicada,
Agora desempregada
O seu dinheiro não abunda.
Vê a vida a desandar,
Sem um cais para ancorar
Como um navio que se afunda...
Olha o espelho novamente
E mesmo que tristemente
Levanta com força a cabeça
e pensa:
Que o infortúnio não vença!
Vou continuar a lutar
E a vida vai melhorar...
E a imagem altiva e bela
Lá do fundo do espelho
Olha de novo p´ra ela
E diz-lhe sem um queixume:
-Vai! Força! Arrasa!
Então,
Pinta os lábios de vermelho,
Salto alto,sai de casa,
Mas já lhe falta o perfume!...
(Com)penetrada
Maldito Don Juan, maldito.
Olhos ferozes que enredaram os dela.
Por quê?
Acorda, Pollyana, não sonha.
Sentir-te-á uma novilha abatida.
O sádico com discurso de príncipe encantado,
falava em prosa:
-Permita-se! Por favor, sem protocolos, meu amor, pois a vida é curta, não vou te fazer nenhum mal.
A inocente apaixonada sonhava com os olhos abertos e beijava com os olhos cerrados,
compenetrada no discurso do tagarela.
(Com)penetrada, as lágrimas desciam...
Sem palavras
As palavras maternas são como chuva
ácida que danificam o que tenho de
mais belo, são como o perfumado fruto
conhecido como Abricó de Macaco que
pesam, mas só servem como
ornamento.
Ah! Quem me dera se houvesse por
um instante, alguma intenção de
agradar, acolher, apoiar, mas não,
suas palavras são infestadas de
enxofre, desmancham sorrisos,
amedrontam só me entristecem.
Creio que qualquer estranho seria
capaz de, em poucas palavras, fazer
brotar um sorriso, aquecer meu
coração, transmitir ternura em um
aperto de mão, através de um abraço
ou espontâneo sorriso!
Mentiras e mais mentiras...
Quando meu coração por você chorou,
Não sabia que ele seria enganado outra vez,
Sem saber senti o gosto amargo da desilusão,
Você mente tão bem que você engana
a você mesmo,sempre com palavras deliciosas
Falar manso,soube me envolver,soube me conquistar,
Hoje nem mais vou te perguntar sei que vais mentir novamente,
Então deixa o tempo passar,essa amargura sumir,
A decepção ganhar outros ares,me deixa só
Prefiro isso do que mais mentiras.
Jurou-me amor,que seu coração explodia de alegria quando me via
Você mente muito bem!!!
Você acha que não percebo as coisas,acha que meu instinto é pouco
Mas você se enganou eu sou mais esperta que você,
Você só é esperto no quesito MENTIRA.
Mas isso para mim não é esperteza é falta carinho,respeito amor
amizade e de ser companheiro.
Você mente muito!!!
Imagens do Gloogle
poderia ter sido um sorriso poema
não se fecha janela ao sol
quando este dá vida a recônditos
impedidos de irem ao encontro da luz
abandono de parapeitos
entristece flores
e entrega às colinas
solidão
mesmo que a vitamina
esteja com a validade vencida
teus versos ainda mastigo
linha à linha
para saborear
púberes palavras tuas
tal e qual
beijo alastrado de poesia.
aperreia e cava
o peito a fome inabalável
que desvia a hidrografia que ainda resta
para o túmulo aberto das mãos
então,
no fio de força que me resta
pergunto-te...
precisavas ser folha em branco
só para ter meus olhos em pranto?
Sonho ou pesadelo
SONHO OU PESADELO?
Desenlaça-se da tua a minha mão
Ficam para trás os sorrisos
A dor chega ao coração
A saudade vem sem avisos.
Desfazem-se os ùltimos abraços
A despedida é lenta e dolorosa
Já ao longe ouço passos
O gemido duma alma silenciosa.
Sufocam-se os gestos
Ao rubro emoções
Só nos sobram restos
Prevejo angústias e provações.
Olho os retratos a sépia de outrora
Recordo momentos p'la vida fora
E a vida a nos deixar, bem chegando a hora.
Pesadelo, que me castiga com maldade
Ou sonho onde desfolho lembrança!?
À minha alma chega o bálsamo da saudade
Enquanto me debruço na janela da infancia.
Uma gota de àgua faz transbordar
Uma nuvem cinzenta do meu interior
E as minhas faces ela vem regar
Levando-me ao meu infantil frescor.
Não sei do meu tecto,
do meu chão
O meu silêncio é tudo o que sei
Nem onde perdi afectos,
onde tenho o coração
Sei apenas da saudade, esta que guardei.
rosafogo
FAÇO DE CONTA
No espelho, já só resta o vidro
Em mim o silêncio me habita
Saudade branda, rosto esquecido.
E o sabor acre da desdita.
Bebo a taça a transbordar
O resto que de mim sobrou
Levo a vida a representar
Que sou, o que já não sou.
Digo adeus num aceno furtivo
À vida que foge a cada instante
Que eu sei já não muita, mas vivo,
A um emurchecer... semelhante.
Só as lembranças me detêm
Pois perdi o rumo
Não sei de onde as forças me vêm
Na vida que me leva, que é fumo.
Faço de conta que ignoro
O que sou, e o espelho quer
Por um pouco de paz imploro
Pedindo aos olhos que esqueçam de ver.
Sonho-me como é minha vontade
Salto a imagem do espelho obscurecida
No interior do meu olhar a saudade
Esqueço o tempo e a vida
Conspiro contra a realidade.
rosafogo
natalia nuno
O tempo chegou cedo
O TEMPO CHEGOU CEDO
O que me resta de mim?
Apenas pequenos nadas
E que são por fim,
lembranças, imagens já desfazadas.
Da terra trago cheiros
As saudades trago das gentes
Restos das manhãs de nevoeiros
Na memória ainda presentes.
Dentro de mim?
Faz-se silêncio
Aguardo serena a aurora
É chegada a hora?
Ainda assim...
O tempo me faz medo
já passa por mim,
lhe rogo em segredo,
não parta, não me leve tão cedo.
Esqueço as raízes,
largo meu lugar,
levo cicatrizes,
vazio o olhar.
Espalho-me no vento
E num passo lento
Já tão quase nada!?
Me sinto sem tempo
quase abandonada.
Sou agora semente perdida,
flor esquecida.
Vai-se a claridade,
com ela a saudade.
Resta-me assim!?
Apenas despedir-me de mim.
rosafogo
A dor de uma saudade eterna
No abismo escuro de uma profunda dor,
O coração chora a saudade que arde,
Um vazio cortante, que esmaga como compressor,
E a alma suspira, sem paz, sem alarde.
Nas lembranças doces de um tempo passado,
Onde risos ecoavam, como sinfonia,
Agora resta um eco, um silêncio calado,
E a dor da saudade em cada dia.
A falta que faz tua presença querida,
É uma ferida aberta, que não cicatriza,
O peito apertado, a alma combalida.
Mas a saudade, embora dolorida,
É prova do amor que em nós se eterniza,
E assim, na dor, minha esperança é nutrida.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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