Poemas : 

HiStóRiA dOiDa!

 
O Antropólogo J, chamemos-lhe assim, depois de quase um ano embrenhado no interior profundo e virgem da selva Amazónica, onde estivera a estudar uma tribo quase desconhecida da civilização e que se regia ainda por rituais ancestrais onde o tempo parecia ter parado, regressava de novo ao seu País e a confusão da cidade, que já quase tinha esquecido, aturdia-lhe a mente e de certo levaria uns bons dias a habituar-se ao ritmo louco dos dias, um perfeito oposto do que tinha vivido na selva, onde o ritmo que havia era o das danças da tribo, de resto era a calma em pessoa aquele lugar perdido do mundo.

Para se alhear um pouco do frenezim da cidade, perguntou ao taxista o que de mais relevante tinha acontecido durante o tempo que estivera ausente e a leste de tudo, pois lá não tinha tido como se comunicar com ninguém.

- Bem, sabe que essa é uma boa pregunta?... De facto aconteceu uma coisa que ninguém imaginava - disse o taxista parando em seguida para dar lugar a um peão numa passadeira.
- Não me diga que se acabaram os impostos?...
- Isso era óptimo não era?... Se calhar até o Imperador Cesar ressuscitava...

Riram-se um bom bocado, e afinal o taxista até tinha uma certa cultura.

- Mas o que aconteceu assim de tão importante, agora estou curioso...
- Sabe, este governo de maioria decidiu aprovar uma lei que liberaliza o consumo de drogas...
- Sim, as drogas leves, até que enfim!
- Pois, mas há mais, são todo o tipo de drogas, mesmo as chamadas drogas duras - retorqiu o taxista.

O Senhor J ficou então a saber que as drogas se podiam adquirir nas farmácias em embalagens do tamanho de um maço de cigarros e as embalagens traziam lá escrito os efeitos das mesmas, como nos maços. Cada embalagem trazia vinte doses individuais e custava muito, mas era mais barata que comprada aos traficantes. As farmácias tinham passado a ter lá dentro um segurança, pois com a droga não se brinca. O mais curioso era que as pessoas podiam ser interpeladas na rua e obrigadas a soprar a um balão parta saber se estavam com niveis de drogas duras a mais do que o permitido por lei e se asim fosse essas pessoas eram logo multadas e com coimas avultadas. Por outro lado os agriciultores tinham sido benefíciados também, pois podiam produzir as ervas para transformar em pó.

O Senhor J estava admirado com tudo aquilo e depois começou a rir-se ao lembrar-se de que enquanto estivera com a tribo mascava folhas de coca todos os dias e trazia umas folhas até na bagagem, Agora ele relacionava porque não lhas tinham apreendido e ele sido preso. E como ele tinha um monte no Alentejo ia ter vizinhos com folhas de coca nos campos, podia lá ir roubar algumas para ficar com energias para todo o dia.

E quando chegou a casa, no outro extremo da cidade, nem tinha dado por ela. tomou um longo banho e depois começou a fazer telefonemas aos amigos para se inteirar mais sobre tudo aquilo. E afinal a sua utopia tinha ganho vida e as pessoas têm qua morrer de alguma coisa, ou de uma overdose de drogas, ou do tabaco, ou porque estúpidamente se debruçaram demais na ponte e cairam ao rio gelado e nem nadar sabiam!

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Autor
Mariaa
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