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Detrás de um muro surge a lua (Mário Quintana)

 
Tags:  AjAraujo    poeta humanista  
 
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Detrás de um muro surge a lua. Em frente
Acendem-se os lampiões. A noite cai.
Na praça a banda toca, de repente,
Um samba histérico... Aflições dançai!

Mas qual! Meu coração triste e indolente
Olha sem ver, de tudo se distrai.
Que pena faz uma criança doente!
Como ele está... Cada passito é um ai...

Vai morrer atacado de si mesmo...
Dos longos poentes que passou a esmo
A embebedar-se de Cinzento e Roxo.

E enquanto a vida corre - ó Mascarada! -
Ele abre, vagamente, sobre o Nada,
O seu olhar sonâmbulo de mocho...

Mário Quintana, grande poeta gaúcho, In: A rua dos catavents.
 
Autor
AjAraujo
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1823
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Enviado por Tópico
Ghost
Publicado: 09/07/2011 20:15  Atualizado: 09/07/2011 20:15
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Usuário desde: 09/04/2011
Localidade: Lisboa, Portugal
Mensagens: 1820
 Re: As mãos de meu pai (Mário Quintana)
Olá AjAraujo.
Um poema belíssimo que partilha aqui conosco no Luso.
Abraços e Felicidades.