Descubro o encanto do outono
nas folhas que vão caindo
onde me deito sorrindo
bem abraçada aos rebentos
do ressurgir de sentimentos
de poema ao abandono.
Perdi-te um tempo,
outono
e em inverno me senti,
precocemente gelado.
Perdeste-te de mim
nem sei como,
em mutismos disfaçado,
à distância dum lamento.
Hás-de ainda devolver-me,
eu sinto-o,
uma primavera tardia
em plenitude florida.
Saltando o inverno virá
e do gelo me poupará
em amor fortalecida.
Abraço-me a ti outono
fito os teus olhos dourados
e enlaçando os meus braços
aos teus braços apertados
agarro-me às folhas
salpicadas de anseios
e os nossos braços são laços
e as folhas são nossos beijos
Que importa que os nossos ramos
fiquem em breve despidos
se das folhas do meu regaço
fizeres sempre o nosso ninho
e eu tiver o meu corpo
encostado ao teu corpo amigo!?
Outono, ouve só isto!!!
Eu não temo os invernos
se com tuas folhas vermelhas
tu me tiveres aquecido.
Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor