Poemas : 

Trevim

 
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Perguntei à montanha
que fizeram dos meus,
desses antepassados
que nunca conheci.
E a montanha se abriu
e apontando os Céus,
serena respondeu:
- serenos e felizes
já repousam ali…


Perguntei à montanha
que caminhos percorro,
entre o sol e o vento,
que se estendem velozes.
E a montanha calou,
vestida de cinzento,
cintilante de luz,
na noite se estendeu
em gemidos atrozes.


Perguntei à montanha,
na luz do amanhecer,
pelos rios que cantam
entre fragas partidas.
E a montanha sorriu,
estendeu os seus braços,
chamou os castanheiros,
dançou nos olivais
e não fez despedidas.


Por isso é que eu a miro,
aqui do meu terraço,
aqui lhe canto loas
e mando o meu abraço.
Que a montanha foi
o riso dos meus pais,
que a viram de neve,
tão perdida de amores,
em voo lento e leve,
a chamar os açores.

Maria Helena Amaro
Inéditos
Lousã, outubro - 2007


http://mariahelenaamaro.blogspot.com/2011/11/coisas-minhas_21.html
 
Autor
amacsequeira
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 16/01/2012 01:48  Atualizado: 16/01/2012 01:48
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Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Trevim
Boa noite Maria Helena, suas metáforas nos fazem entender a total harmonia do seu personagem com a natureza, depois que desencarnou-se, parabéns pelo seu sapiente poema, MJ.