Poemas : 

Saudades da infância

 
Saudades da infância
(Mauro Leal)

Saudades do tempo que minhas lágrimas traziam afagos e risos os aplausos,
quando a primavera floravam e coloriam as nossas lindas frutíferas
e perfumavam o quintal da querida e amada vovó Júlia.

Do outono pelas lindas espadas, goiabas, carambolas, limões e carlotinhas
que de madurinhas despencavam e em disputados saltos e aos gritos corríamos e a festa fazíamos

Desta saudosa vó, que sempre com carinho
trazia na tigela calda repleta de docinhos
e pelas manhãs, incansada cuidava com zelo do viveiro e do galinheiro,
e com lágrimas nos olhos agradecia pelo sabonetinho que eu e o mano Francisquinho
a presenteávamos com alegria e muito carinho.

Do vizinho, o seu Tiago, lembro dos assustadores roncos dos gordinhos suínos limpinhos,
pois todos os dias tratava do chiqueirinho,
da senhorinha dona Almerinda, Rizoleta, Nancy, Orlando,
Hélio, Celestino e seu Zé pintor, Kátia e Klebinho
(Este último, foi muito malvadinho, de tão deslumbrado com a sua graciosa bicicletinha de rodinhas
causou uma tragédia comocional,
passando por cima dos nossos presentinhos, os carrinhos de lata fraquinho em plena noite de natal,
no momento que já nos lares as vitrolas esquentadas tocavam
e todos se cumprimentavam ao som da cantiga dindonbel, dindonbel, cadê o papai noel),

Agradecido à querida tia Nadir que nos abraçou
e de nós brilhantemente cuidou,
quando a nossa mãe pra dar a luz a Paulinho, se internou,
e com alegria pro portão corria ao ouvir o anunciar do bananeiro passar,
pra as tão esperadas e enroladas
"manan, manam, manan, manam", os nossos sorrisos e olhares fazerem brilhar.

Da primeira professora, a vizinha, a tia Jandira, a ensinar o "b" com "a", faz: **ba**.

Também saudade do pãozinho do armazém do seu Antonio
e dos chicletes ping pong e balas juquinha do boteco do seu galdino.

E dos tios e tias de consideração: Maria, Leonor e Rosinha, Manoel e Manoelzinho,
assim como os queridos primos postiços:
Maria Júlia, Mercedes, Maria Dalila, Simeão, Míriam e Francisco Augusto.

Finalmente a nossa história por milagre melhora,
quando lá mais a frente Deus abre as portas na conta-corrente
e num anúncio de jornal as vistas alegres, a bênção contemplam
e o coração da nossa mãe com intimidade e sintonizado no céu,
de alegria saltava na certeza da vitória alcançada.

Implacável e sem duvidar que era as mãos de Deus a lhe honrar,
a matriarca com fé, amor e razão,
na unção, convence nosso pai para a certada e divina decisão.

Sua mente como clara nascente faz lembrar e por seus esverdeados e cansado olhar,
lágrimas ao rosto faz derramar, por recordar
da promessa do Rei dos reis em suas mãos entregar.

Obrigado meu Deus por orientar e agraciar a nossa genitora no comando imaculado
deste abençoado e presenteado Lar.

 
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MauroLeal
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