Poemas : 

Sou alma gêmea... sem a outra metade...

 
 
Sou alma gêmea... sem a outra metade...
 
Por mil vidas, no tempo e espaço...
Te vivo em mim...
Meu enlaço e desenlaço...
Elos perdidos no universo...
Que um dia será reencontrado...
Ainda que haja o desenlace
Que fenece o meu ser...
Tenho certeza que
Haverá um amanhecer que estarei
Frente a frente com você
E, eternamente te amarei...
E, te direi TE AMO VOCÊ...
Hoje, sou um cristal quebrado...
Um diamante sem lapidação...
Um rubi raro e não encontrado...
Sou balança sem ponto de equilíbrio...
Sem prumo...
Sem rumo...
Um relógio do tempo da vida sem ponteiro...
Um prazer sem orgasmos
Sou gêmea sem a outra metade...
Sou xadrez sem a peça fundamental...
Uma aliança que procura o teu dedo...
Pra ter enfim o teu aconchego...
E, sentir enfim você novamente em mim...
Sou assim...
Sem você...
Você é e sempre será a peça fundamental...

Ray Nascimento

Open in new window



Open in new window


Ray Nascimento
éh assim que chamam
minha Raynha.
A ela chamo de MÃE
minha vida
nem mesmo
sei se eh minha
eh por ela que eu vivo
motivo da minha alegr...

Open in new window
 
Autor
RayNascimento
 
Texto
Data
Leituras
1548
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
24 pontos
4
2
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/03/2013 01:08  Atualizado: 08/03/2013 01:08
 Re: SOU GEMEA SEM A OUTRA METADE
Boa noite Ray.
Lindo poema e carregado de emoção.
No entanto, as almas não dormem.
O coração pode sofrer, mas a felicidade irá abraçar e congratular.

Beijinhos,


Frank_Mike

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 08/03/2013 02:41  Atualizado: 08/03/2013 02:41
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: SOU GEMEA SEM A OUTRA METADE
Poetisa Ray
Amor eterno amor! Quanta falta ele te faz! Lindo e sentido poema!
Parabéns!
Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2015 17:58  Atualizado: 22/12/2015 17:58
 Re: SOU GEMEA SEM A OUTRA METADE
A Alma Gémea
Nenhum sonho custa tanto a abandonar como o sonho de ter uma alma gémea, nem que seja noutro canto do mundo, uma alma tão perto da nossa como a vida. O que é a alma? É o que resta depois de tudo o que fizemos e dissemos. Podemos traí-la e contrariá-la, mesmo sem saber, porque nunca podemos conhecê-la. Só através duma alma gémea. Fácil dizer. Agora como é que consigo falar?
As almas gémeas quase nunca se encontram, mas, quando se encontram, abraçam-se. Naqueles momentos em que alguém diz uma coisa, que nunca ouvimos, mas que reconhecemos não sei de onde. E em que mergulhamos sem querer, como se estivéssemos a visitar uma verdade que desconfiávamos existir, de onde desconfiamos ter vindo, mas aonde nunca tínhamos conseguido voltar.

O coração sente-se. A alma pressente-se. O coração anda aos saltos dentro do peito, a soluçar como um doido, tão óbvio que chega a chatear. Mas a alma é uma rocha branca onde estão riscados os sinais indecifráveis da nossa existência. Não muda, não se mostra, não se dá a conhecer. O coração ama. Mas é na alma que o amor mora. Todos os amores. Toda a vida.
A alma deixa o coração à solta, como tonto que ele é, e despreocupa-se e desprende-se do corpo, porque tem mais que fazer. E o que faz a alma? Mandar escondidamente na parte da nossa vida que não tem expressão material ou física. Está mal dito, mas está certo, porque estas coisas não se podem sequer dizer.

O quem e o quê não lhe interessam. A alma não deseja, não tem saudades, não sofre nem se ri; a alma decide o que o coração e a razão podem decidir. A alma não é uma essência ou um espírito; é a fonte, o repositório, a configuração interior. Expressões horríveis, onde as palavras escorregam para se encontrarem. Só resta repetir. A alma é de tal maneira que é aquilo, exactamente, de que não se pode falar.
A não ser que se encontre uma alma gémea. Gémea não é igual. É parecida. Não é um espelho. É uma janela. Não é um reflexo. É uma refracção.

(...) O desejo de encontrar uma alma gémea não é o desejo de reafirmarmos a unicidade da nossa existência através de outro que é igual a nós. É precisamente o contrário. É poder descansar dessa demanda. No fundo, todos nós duvidamos que tenhamos uma alma. Senão não falávamos tanto dela. Os melhores ainda são aqueles que a deixam a Deus.
Uma alma gémea é a prova que não estamos sozinhos. Ou seja: é a prova de que a alma existe. Não faz nem diz o mesmo que fazemos e dizemos — mas tem uma forma de fazer e dizer tão parecida com a nossa, que deixa de interessar o que é dito e feito. Uma alma gémea faz curto-circuito com os fusíveis corpo/coração/razão. Não é o «quê» — é o «porquê». O estado normal de duas almas gémeas é o silêncio. Não é o «não ser preciso falar» - é outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas acharam-se. Não têm passado. Não se esforçaram. Estão. É essa a maior paz do mundo. Como é que um ninho pode ser ninho doutro ninho? Duas almas gémeas podem ser.

Como é que se reconhece a alma gémea? No abraço. O coração pára de bater. A existência é interrompida. No abraço do irmão, do amigo, da amante, há sensação, do corpo, do tempo, do coração. Há sempre a noção dum gesto posterior. No abraço de duas almas gémeas, mesmo quando se amam, o abraço parece o fim. Uma pessoa sente-se, ao mesmo tempo, protegida e protectora. E a paz é inteira - nenhum outro gesto, nenhuma outra palavra, é precisa para a completar. Pode passar a vida toda. Não importa.

Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver. Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Poruguês'