Vou indo
Trombando nas pedras
Removendo as pedras
Rasgando a pele
Remendando a pele
Vou indo
Sangrando no olho o olhar
Cicatrizando no amor o amar
Cristalizando a vida na ida
Confraternizando a morte na volta
Vou indo
Na minha Minas sou metade Gerais
No desenlace das alianças formais de lata
Nas almas úmidas plantadas nas serras
De onde despe-se um sentimento de prata
Vou indo
No cingir das ondas nervosas de um mar agitado
Que fecunda um ser na calma do calor dos corpos
E um olhar atento do tempo vigia meus passos
Fugas são grotas secretas que nos cava o final
Vou indo
Na minha Minas sou metade Gerais
Removendo a pele, cicatrizes da alma
Costurando os deslizes na calma da linha
E desfiando o sabor no sagrado das vinhas
José Veríssimo
Re: DESLIZES SAGRADOS
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