Que oculte a luz
Preciso da estrada
Desenhada com seus dedos
E do calor de um colo
Forrado com colchas de algodão
Que seque a mente
Procuro na imagem
Fotografada com seus braços
Num momento raro
Adocicado mel de uma abelha
Que acabe o calor
Entalho meu corpo no seu
Encantadamente me aqueço
Como o melado da cana
Saboreado processo milenar
Que apodreça a carne
O cerne do espírito é cedro
Recatadamente encantar a estrada
Vai lenhar seu corpo sem sal
Silenciosamente espantar o quebranto
Que renda a força
Que cale a dor recitada
Como madeira envergada
Danço numa lágrima refogada
Brincando com o pensamento senil
José Veríssimo