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Inclinação - Capítulo VII

 
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Capítulo VII

Eu nunca dei nada como garantido
apesar de tudo correr de feição,
Sabia que poderia acabar abatido
como fiz no texto da 'Desilusão',
Adormeci-a de embalo no meu peito
ela dormiu da forma mais profunda,
Progressão faz-se sempre a direito
e não nas voltas de uma rotunda,
Já não fazia das tripas coração
porque não tinha nenhum dos dois,
E fiquei pior quando de avião
te vi a relegar-me para depois,
Irias estagnar a possível relação
que me acendeu de novo a chama,
E apesar do meu fato de ocasião
por dentro eu ainda estava de pijama,
Na Matéria-Prima queria ser forte
para incentivar quem me seguia,
Amor era questão de vida ou morte
e eu já não acreditava que ele existia,
A tua presença era o que queria
e ela fez-se sentir aos poucos,
E senti-a ao longo de todo o dia
em desejos completamente loucos,
A minha bateria recebia energia
a cada mensagem que enviavas,
Não gastava enquanto eu dormia
porque nos meus sonhos tu andavas,
A minha língua baralhava vogais
numa prosa que tu me encravavas,
Porque tu eras a tulipa mais
valiosa do país em que estavas,
O vestido branco que te vestia
naquela consoada em que desfilavas,
Fazia-me perder os sinais vitais
e procurar na tua boca respiração,
E por achar os teus lábios ilegais
só queria o caminho da tua prisão,
Não houve intervalo nas palavras
apesar da ausência que se sentia,
Interrompeste enquanto tocavas
e isso poderia alterar a melodia,
Nós atingimos equivalência das oitavas
ao mudar som sem mudar harmonia.

 
Autor
LuísDiogo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/03/2014 17:05  Atualizado: 08/03/2014 17:05
 Re: Inclinação - Capítulo VII
Poeta,

Mais uma vez parabenizo-te pelo excelente texto!

Receba minha admiração pelo trabalho fantástico de tua obra!

Beijo,

Anggela