Poemas : 

Canção de Sarajevo

 
Há tanto que a morte
perambula em Sarajevo,
que nuas, tornaram-se as ruas.
O fogo e a metralha
cobriram os risos;
surdos ficaram os cellos
e inúteis os últimos guizos.

Estão findos os amores
e órfãos os poemas.
Vadias, vagam as canções
entre soturnos escombros
e cessam, ante tantos assombros.

A guerra,
sempre a guerra,
entranha-se nas almas
e marcha nos homens zumbis.
Marcha com os súditos de Ares,
imperador das hordas ensandecidas
de assassinos suicidas.

Há tanto se chora em Sarajevo,
que estão secos os olhos de Tanya.
Secos espinhos,
sem rosas que os adornem.



Produção e divulgação de Pat Tavares, lettré, l´art et la culture, assessora de Imprensa e Comunicação. Rio de Janeiro, Primavera de 2014.


Sentir-me-ei honrado com a sua visita em minhas páginas, nos links abaixo:

www.fabiorenatovillela.com

Blog - Versos Reversos

 
Autor
FabioVillela
 
Texto
Data
Leituras
1288
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
MarySSantos
Publicado: 29/09/2014 17:33  Atualizado: 29/09/2014 17:34
Usuário desde: 06/06/2012
Localidade: Macapá/Amapá - Brasil
Mensagens: 5734
 Re: Canção de Sarajevo
poemas sobre amor, mel e perfume cobram menos da mente do que os poemas que cantam a realidade triste que se mostra mundo afora; mesmo que seja um poema bem estruturado e vestido da mais rica poesia, sempre fica à margem dos que gostam de sonhar.

agradeço por partilhar.

abraços.