"não há como esquecer
das camisas de passeio
dependuradas no varal,
secando ao sol"...
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eu tinha duas camisas,
uma branca, outra verde,
com elas desfilava,
aos finais de semana,
no entorno da Igreja matriz...
o largo acolhedor,
acendia o meu olhar de curiosidade,
a cada volta uma nova história,
nova paixão,
novos sonhos...
a praça já não é a mesma,
demoliram a Igreja,
o pipoqueiro morreu,
um moderno Templo ostenta
pinturas abstratas da Via Sacra...
revelação:
neste tempo onde as camisas
não me servem mais no corpo,
não sei confessar-me às (novas)
gravuras nas paredes da Igreja...