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@CHÃO DE TEMPO - Presságio.

 
Tags:  Presságio.  
 

Silêncio...

Nos relógios vencidos pelo tempo,
nos muros em sombras,
nos portões em ferrugens.

Na paulatina solidão
das águas que dormem
suas horas mortas.

Nascente...

Nas águas que brotam,
nas almas que remoçam,
nas paredes azuis do céu, luz.

Nas ruas em burburinhos,
no badalar dos sinos,
nas aves andarilhas.

Presságio...

Veredas,
vielas coloridas,
realejo, procissão.

o dia
perpetua o seu primeiro
e último sol.

 
Autor
cavenatti
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Enviado por Tópico
PROTEUS
Publicado: 01/06/2013 00:27  Atualizado: 01/06/2013 00:27
Colaborador
Usuário desde: 27/03/2010
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Mensagens: 3987
 Re: PRESSÁGIO.
MUITO BOM!!!!

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 01/06/2013 02:20  Atualizado: 01/06/2013 02:20
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: PRESSÁGIO.
Boa noite cavenatti, estas são as molas mestras da natureza, a eterna reciclagem da vida, e seus contornos, parabéns pelo seu instigante poema, um grande abraço, MJ.

Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 18/06/2013 20:42  Atualizado: 18/06/2013 20:43
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: PRESSÁGIO.
Veredas lembram solidão...
Velas coloridas anos de felicidade.
Realejo memórias do passado.
Procissão relegiosidade,
O dia todo ensolarado!
Perpetua o dia do nosso nascimento!
O último Sol... o fim esperado.

Achei bonito e muito interessante a cadência.
Abraço. Vólena

Enviado por Tópico
Juvenal Nunes
Publicado: 05/06/2016 09:09  Atualizado: 05/06/2016 09:09
Membro de honra
Usuário desde: 28/07/2013
Localidade: Douro Litoral
Mensagens: 531
 Re: PRESSÁGIO.
Nada mais certo do que a nossa finitude.

Juvenal Nunes

Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 02/08/2016 12:22  Atualizado: 02/08/2016 12:22
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: PRESSÁGIO.
Os “relógios vencidos” contam-nos de um tempo que já não o é… e assim vem o silêncio.
Os “muros em sombras” falam-nos de assombramento e negridão… e assim vem o silêncio.
Os “portões em ferrugens” lembram-nos que até os objectos mais inflexíveis se desfazem… quedando-nos em silêncio.

As “águas que brotam” contam-nos do fluir das madrugadas nessas “ruas em burburinho” onde o tempo não dorme, não existindo “horas mortas”, mas sim o “badalar” cantante “dos sinos” e o esvoaçar das “aves”.

Porém, juntando o silêncio com a nascente, dá-se o “presságio”… já que existem “veredas,/vielas coloridas,” e uma infindável “procissão”… e “o dia/perpetua o seu primeiro/e último sol”, fechando-se assim o ciclo do poema (e de tantos outros) nestes três últimos versos.