JUDITH

Querida Isabel.

Infelizmente ainda não escrevi nenhum poema intitulado ISABEL...

Quanto ao amor ou paixão, penso que foram ambos, mas ela não se chamava Judith.

Esse soneto propõe uma nova interpretação da história bíblica de Judith e Holofernes, presente no Livro de Judith: Ao invés de apenas se deixar embebedar diante da belíssima viúva judia, o general babilônico tem um sincero rompante passional e se entrega a ponto de lhe facilitar o acto de heroísmo dela. Obviamente, na Bíblia os dois não têm relações, mas não dá para acreditar que um homem acampado há semanas em território inimigo vá receber a visita de uma bela mulher apenas para ter companhia em sua bebedeira... Holofernes, figurada e literalmente, perdeu a cabeça! O que fiz foi pôr o eu-poético nesse personagem e imaginar sua trágica situação: a mulher que deseja veio aqui para lhe matar! Por outro lado, se toma a cidade fortificada, mesmo que poupe a vida dela, jamais ela se deitaria novamente consigo por livre vontade...

Enfim, uma tragédia.

É isso.

Abraços, RicardoC.