Poemas : 

passarança

 
...


Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

Open in new window



pra romper janelas
do castelo
vontade e eu
alados de
coragem
em forja de
martelo.

se mastigo
liberdade
regurgito sonhos
guardando na
redoma
...
que somos








 
Autor
MarySSantos
 
Texto
Data
Leituras
595
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
14 pontos
2
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Chou
Publicado: 08/07/2018 21:32  Atualizado: 08/07/2018 21:32
Colaborador
Usuário desde: 01/02/2017
Localidade:
Mensagens: 540
 Re: passarança
Sim... Pena o ser hunano ser redoma em algumas ocasiões. Mas por defesa se faz necessário.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 14/08/2018 08:41  Atualizado: 14/08/2018 21:02
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1943
 Re: passarança
Gosto em primeiro lugar do neologismo no título. Não por ele em si, mas por ser algo semelhante ao antónimo doutra que é muito (ab)usada e que prezo muito, a Esperança.
O mais certo é que a Passarança também não é um acto negativo de "não esperar por dias melhores", porque tudo passa.
O Homem é o eterno (apesar de individualmente finito) passageiro, isto é, está de passagem. Quer seja a lamuriar-se encostado a um canto, ou lutando pelo porvir.
É isso que leio no teu poema. Todo ele feito de luta.
Marca sobretudo uma "passarança" que não se limita a esperança, apesar de não abdicar dela.
Na primeira estrofe há elementos que substanciam a ideia: "vontade, coragem, forja de martelo...".
Engraçado que apesar da imagem de força, a primeira estrofe tem um pendor feminino do estereótipo da Dama presa na torre do castelo.
Mas que se liberta sozinha, mostrando essa determinação humana (não é preciso cavaleiros para nada).
A forja como símbolo de engenho tira o lado fantasioso do voo da coragem.
Contudo, sem coragem, no castelo esperaria a Dama.

A liberdade é o nosso maior bem (só o que é livre e leve pode voar - Rui Chafres) mas, na segunda estrofe, ela depois de mastigada não é engolida/consumida... estranho!?
Regurgitam-se sonhos (mais uma referência a aves pelo tipo de alimentação dada às crias) que ficam em nós, mas não dentro de nós, na redoma que somos.

Em suma, é um poema cheio de simbolismo, com um título invulgarmente poético, que reflete os valores do sujeito poético e as ferramentas essenciais para sermos humanos e felizes.

Bj