Baralhas-me os sentidos
digo o dito por não dito
e eis que me rendo,
como cordeirinho,
nesta paixão.
O que me salva,
para aliviar a alma que tenho emprestada,
é a escrita
a sede que tenho
em entrelaçar a letras
achando que crio palavras novas
e afinal já está tudo escrito.
Que obsessão é esta
que me deixa a pele faminta
na procura constante em atingir o céu,
no teu corpo.
Sou duas,
só posso ser
A que é cega
E a que quer ver.
Fico com o coração na boca
estremeço de cima abaixo
Umas vezes tenho medo
outras desfaço-me
Baralhas-me os sentidos
e Eu,
finjo que sou...Poema
Luka