Como uma melodia ao sabor da brisa,
ecoam no vale murmúrios da tua presença.
Embriagante sensação, fecho os olhos e respiro
a leveza desta quietude.
Passos de dança que rodopiam nas folhas
que se entrelaçam, há fumo na neblina
e raios refulgentes no sol que cai no poente.
O horizonte entardece na linha fina e ténue,
ouço o som da tua voz como um canto alegre.
O teu olhar ganha voo e lança-se no abismo
dos meus olhos que como um céu se abrem
ao destino desta dança.
Pouso as minhas mãos no meu regaço branco,
ergo os sentidos na consolação da disciplina dos dias,
sinto a firmeza no nosso olhar, há silêncios
que são cartas escritas, nas melodias do tempo.
Imploro ao céu todas as demandas leves e soltas,
de todos os versos que florescem palavras-abrigo,
e canto um sussurro meigo, quase inaudível,
que ecoam agora, nas profundezas do vale.
As tuas mãos meu amor, são como um agasalho que
que me veste, e o teu olhar a casa da minha habitação.
Moro nas vontades escritas no chão de todos os sonhos
e vivo na calçada de todos os passos que me levam a alma
na tua direção.
Há em cada chegada uma partida, e tu chegaste
sem nunca antes teres partido.
Alice Vaz De Barros
Alice Vaz De Barros
Re: Embriagante sensação
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