Poemas : 

Mar vermelho

 
Vou apagar todos os meus poemas de amor,
Nunca os contei,
Não sei quantos são!
Vou apagar do papel
E rasgar do coração,
Se ele sangrar
Sempre podes ficar com o borrâo.

 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/01/2022 09:19  Atualizado: 09/01/2022 09:24
 Re: Mar vermelho
...




Coração dolorido!

Coração dolorido!
Tenho a imaginação que veio a noite e derramou cinzas por cima do jardim, matou as flores e os pássaros tão queridos sumiu. O quê pode ter acontecido, tens razão. Espero que como a magia do sol, desfaça toda as sombras, fiquei com medo de quem tem esse poder de fazer belas flores de um coração morrer. Talvez, o coração novamente diga: ele é bom e a mágoa passa.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 13/01/2022 09:18  Atualizado: 14/01/2022 08:53
Usuário desde: 06/11/2007
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 Re: Mar vermelho
Quase sempre é impossível dissociar o título do texto.
A relação é múltipla. Pode ser um verso, pode ser um resumo, pode ser o princípio, ou a continuação, etc...
Neste poema, acho que se aplica o último caso.
É fácil perder a conta aos poemas que escrevemos.
Ao decidir "...apagar todos os meus poemas de amor..." o sujeito poético, aparentemente, quer apagar os sinais de um amor específico.
E como a desilusão tantas vezes provoca, talvez o próprio amor em si, quer-se esfumado, devido à dor que o fim de um amor leva.
O amor passa-se todo na cabeça, nos sentimentos e pensamentos que sabemos que o cérebro estrutura, mas a taquicárdia do enamoramento e a angina de peito (quando a coisa é séria) leva-nos a aceitar que aquele músculo que se encontra no mediastino o porta.
O facto de um borrão ter a dimensão do mar, traz uma visão do infinito muito clara e a metáfora serve muito bem.

A ironia de tudo isto é que o poema contradiz-se, pois, apesar do sujeito poético ter decidido "...apagar do papel..." o amor, este é um poema de amor cheio de força.

Abraço irmã