Poemas : 

Nas encostas do teu cais.

 


Nas encostas do teu cais
as algas reconhecem meus passos
Ali, o mar não ruge apenas lembra
Tudo é espera em pedra e vento
na ausência que cresce como hera
nas paredes do peito.

O tempo não volta com os barcos
Voltam as velas gastas
as conchas cheias de silêncio
as gaivotas que gritam por nada
no céu que se fecha sobre mim.

Teus olhos eram enseadas sem mapa
onde barcos naufragavam antes de partir
E o sal que escorria da tua boca
ainda arde nas palavras não ditas
presas entre a língua e o adeus.

Agora, o cais é só espaço
entre o que fomos e o que restou.
O mar continua, não me chama.
E eu sigo,
sem chegar,
nem mesmo quando volto!


 
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Alpha
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 23/07/2025 18:19  Atualizado: 23/07/2025 18:19
Administrador
Usuário desde: 02/04/2012
Localidade: Brasília- Brasil
Mensagens: 898
 Re: Nas encostas do teu cais p/ Alpha
Olá, Alpha.
O mar como espelho da perda e o cais, como fronteira entre o que já foi e o que jamais se alcança.
A imagem das “enseadas sem mapa” é lindamente triste Sutil, doloroso e belo.
Abraço.

Enviado por Tópico
RayNascimento
Publicado: 23/07/2025 19:33  Atualizado: 23/07/2025 21:20
Membro de honra
Usuário desde: 13/03/2012
Localidade: Monte Roraima - tríade fronteira Brasil/Guyana Inglesa/Venezuela - - Amazônia - Brasil
Mensagens: 6687
 Re: Nas encostas do teu cais.p/ Alpha
os lamentos usam encostos vazios
entre as cordilheiras e arrepios
assobios do vento do que restou
do amor que corre nas veias da poesia
"nas encostas do teu cais"
há velas da esperança no amor
que forma a brisa suave
e acalma a tempestade do adeus.
"Teus olhos eram enseadas sem mapa"
serão encontrados nos sons
do teu coração estilhaçado
que transbordam em poesia.
favorito tudo que gosto.
amo vir aqui no teu cantinho sacro.
da amiga de ontem, de hj e de sempre.
tua e sempre amiga Rayo de sol.

Ray Nascimento


Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 23/07/2025 22:24  Atualizado: 23/07/2025 22:24
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Localidade: PORTO-PORTUGAL
Mensagens: 694
 Re: Nas encostas do teu cais.
Um hino à poesia na sua verdadeira essência.
A forma divinal como é descrito o amor, a solidão, a ausência, a saudade, é magistralmente bem conseguida, num lirismo soberbo e absoluto.

Adorei, caro poeta Alpha!

Abraço.

Mário Margaride