Poemas : 

Última conjugação

 


Parto para o silêncio último
a morada sem janelas.
Interior.
Rocha.

Devagar
recolho os ecos
dos versos que não escrevi.

Versos em espiral
os que amaram em voz baixa
os que se dobraram ao tempo.

Aceito as vírgulas
que me suspendem o fôlego
as sílabas que me lavam
o sal do sangue.

Sou agora
o intervalo entre dois verbos.

Sou
o poema que se desfaz
na boca do vento.


 
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idália
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Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 09/09/2025 10:10  Atualizado: 09/09/2025 10:10
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 Re: Última conjugação
desfeito na boca do vento
refeito no olhar atento

:) abraço