É no silêncio da noite
Que eu chego a uma casa Abandonada
Cheia de nada
Nem bato à porta
Ninguém se importa
E fico-me pela entrada
Dois metros quadrados de solidão
Em céu aberto
Bem assoalhados de papelão
Onde me deito e ajeito.
É no silêncio da noite
Que me liberto da pressão
De vos fazer confusão
Porque ninguém me vê
Ninguém me lê
Logo, ninguém me ignora
E completamente vazio
O sentimento é de frio
Por dentro e por fora.
É no silêncio da noite
Que sou igual a toda a gente
No silêncio da noite
Até podia chorar
Mas estou seco
Até podia sonhar
Mas como saio deste beco
É no silêncio na noite
Que eu me encontro
E depois do sono
Quando acordo me abandono .
otavico