A ignorância é um travesseiro macio,
Onde repousa quem teme o frio das verdades.
A leitura é lâmina — corta o sono,
Abre feridas que jamais se fecham.
A ignorância conforta, embala, anestesia.
A leitura desperta, inquieta, incomoda.
Uma te mantém cego no escuro,
A outra te obriga a ver — mesmo que doa.
Entre o aconchego da sombra e a dor da luz,
Escolher ler é aceitar o peso da liberdade.
Pois só quem conhece o abismo das palavras
Entende o preço de ser livre.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense