Sinto-te na noite que chega, no silêncio profundo das madrugadas.
Sinto-te por auto-proteção, porque me faz bem sentir-te assim.
Queria que soubesses que, entre pensamentos, carrego-te
num colo carinhoso, bem no cantinho direito do meu coração.
Recordo-te como Rapunzel que, do alto, soprava bolinhas de sabão,
e, sorrindo, insistia em recolher as tranças
sem ouvir o apelo das poesias —
poesias como cartas para Julieta,
à espera da doce íris do teu olhar.
Mesmo vivendo em ansiedades, ainda sei cultivar flores,
sei falar de amores.
És menina delicada que desabotoou minha vida,
exibiu meu peito… e sorriu.
Tu és conto de princesa, minha perfeita Cinderela,
linda e encantadora como Branca de Neve à espera do despertar,
do beijo apaixonado do poeta que te escreve.
Benditos meus olhos que, por vezes, te viram sorrir.
Regressa das névoas do silêncio,
em vestes brancas, imaculadas.
Como magia de fada, deixa que a vida seja sempre primavera.
Brinda-me com a docilidade
que te veste de ternura.