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As delícias do seu amor

 
Há em mim um desejo que não grita,
Ele respira.
Anda descalço pelo peito,
Tateando portas antigas,
Essas que só se abrem por dentro.

Quero abrir meu coração
Como quem oferece abrigo à chuva mansa,
Sem promessas grandiosas,
Apenas a entrega do que é verdadeiro
E ainda tremula.

As delícias do seu amor
Não me parecem excessos,
Mas uma doçura calma,
Um repouso onde o mundo
Finalmente silencia.

Desejo provar esse amor
Como se prova um fruto raro:
Devagar, com reverência,
Aceitando que o sabor
Também transforma quem o sente.

Abrir meu coração não é fraqueza,
É coragem vestida de ternura.
É dizer ao tempo:
“Pode passar,
Eu não tenho mais medo de sentir.”

E se um dia esse amor me atravessar,
Que seja assim:
Sem alarde,
Sem defesas,
Como quem permite que a luz
Entre pela fresta
E fique o tempo que precisar.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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@poetacacerense
 
Autor
Odairjsilva
 
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