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MAIS DO MESMO SOFISMA

 
 
MAIS DO MESMO SOFISMA


Paira, novamente, por sobre a selva de pedra
O execrável temporal de miragens hierárquicas:
Não adianta esfregarmos os olhos,
Pois a retina que nos transmite as imagens pavorosas
Veste o lacaio com a indumentária do monarca supremo dos
Carrascos da História.


Não, a intemperança não se contenta,
Pois ela, em sua fome insaciável por cataclismas, deixa
A chuva ácida, emanada do caldeirão dardejante do sadismo,
Expiar e vitimar mortalmente
Criaturas já tão fustigadas pela ação das lâminas intemperientes
Da torre de aço moderna do egoísmo


Por isso paira, novamente, por sobre a selva de pedra
O execrável temporal da chuva ácida do Poder
Que massageia o ego das artimanhas,
Erige cemitérios da consciência
E que deixa no lugar de templos da vontade
O olor ativo do dantesco País de câmaras vivo-mortuárias,
Que é o hemisfério maior da nossa irmandade
De magnos guardiães da emeralda abstrata.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
Autor
jessé barbosa de oli
 
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 29/06/2008 13:40  Atualizado: 29/06/2008 13:40
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: MAIS DO MESMO SOFISMA
Gostei muito, mas muito mesmo da forma interventiva
como fala dos "homens que comandam" os destinos do
mundo e a perspectiva real e crua como analisa a realidade da politica e a sociedade.
Por isso tudo os meus parabéns!
Vóny Ferreira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/06/2008 14:47  Atualizado: 29/06/2008 14:47
 Re: MAIS DO MESMO SOFISMA
Olhos que poderiam fechar-se, mas as imagens persistiriam nas retinas, um lamento, um sentido poético que reclama, que percebe, que revela a angustiante e surreal realidade.