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ALAMEDAS DO DESTERRO DA MEMÓRIA(INÉDITO)

 
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ALAMEDAS DO DESTERRO DA MEMÓRIA



Existe, em nossa Terra,
Uma imensurável e mágica alameda de vívidas casas devolutas:
Ao germinar,
A roda-viva do desprezo
Dá-lhes um cruel e inapagável beijo.


Este beijo detem o poder maligno
De transformar existências
Que poderiam receber a refulgente luz
Da prosaica alegria fugidia
Em virulentos arquipélagos do alheamento perene, vitalício
A brotar no onipresente jardim
Do incansável fluir e refluir
Do rio de todos os dias,
Contra todas as expectativas do neutro,
Sedentos da mais mejestosa e diáfana ventania!


De início,
Este ardiloso ósculo faz-se lepra:
Prende seus despojos
No cárcere do insensível: o Éden da Gélida Pedra!
Depois, revela a sua nociva fronte escondida:
Mostrando toda a acuidade da dor
Provocada pela mordida
Á maneira da Viúva-Negra Australiana
Ou á maneira da peçonha da Amazônica Tarântula,
Assassina Empedernida! Assassina Nefanda!





Não, a eles não é possível
Saborear a estrada
Da opaca e epidérmica isonomia:
Para a sociedade da linearidade-turmalina
Estas pobres almas orbitam a galáxia da inexistência,
Vagueiam perdidas no universo das estrelas inconcebidas.



Órfãos do sangue da paz,
Os filhos das casamatas do anonimato
Fazem, como todos nós,
Apesar de merencoriamente,
A grande imprevisível viagem.
Merencoriamente
Por não terem nem mesmo o direito
A um réquiem rarefeito, sumário
A fim de que obtenham o fôlego
Necessário para adentrarem tranqüilos
Na mansão do etéreo, eterno,
Benigno, magnânimo e sábio silêncio ignaro e hialiano:
Indecifrável hieróglifo que atordoa
O imaginário dos humanos seres vivos,
Que o Planeta Azul povoam!






Ah, mas a teimosia não desiste:
No sorriso ledo duma idosa
Da linda tez de betume...
Nos olhos lúgubres e estafados
De uma sexagenária lavradora chorosa, insone...
Na índole onipotente de uma
Dedicada mãe doméstica,
Que ainda bivaga na rodovia da juventude...
No berrar de uma criança
Ou no pranto da jovem,
Que, em suas sofridas lágrimas de cristal,
Guarda a infinita flora da confiança,
Reside a fonte da esperança:
O lume da inabalável fé
Alimenta-lhe a inerme,
Embora inexaurível chama,
O único ente que pode libertá-los
da dantesca ventura do intangível naufrágio!



JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA




SOU NATURAL DA CIDADE DO SALVADOR, BAHIA. NASCI EM JUNHO DE 1982.
NA VERDADE, SOU UM MENTECAPTO QUE TROPEGA PELAS
ALAMEDAS DA POESIA.
http://twitter.com/jessebarbosa27
http://www.myspace.com/nirvanapoetico
http://poetadorjesse.zip.net/
http://si...

 
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jessébarbosadeolivei
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/10/2008 19:13  Atualizado: 04/10/2008 19:13
 Re:ALAMEDAS DO DESTERRO DA MEMÓRIA(INÉDITO)
Alamedas que serão sempre desterradas das suas pragas herdadas por seus antepassados, fixados na memória genética de cada terráqueo. E se ainda não conseguirem adentrar estas alamedas, ficarão perdidos nos umbrais dos purgatórios da sua própria consciência sobrenatural...

Estou pasma com tua alma visionária!!

bjo da tua fã