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Chiado Confidente

 
Procurei os versos das ruas e a poesia do bairro nas palavras deixadas e escondidas nas suas texturas, procurei um dos capítulos de Lisboa, escutei os seus sons, inalei os cheiros, olhei para o seu rosto, tacteei o Chiado…

Procurava respostas de perguntas incompreendidas, senti o sol a atravessar o meu corpo, falei com as sombras, vivi-o… enquanto passeava pelas calçadas gastas de vultos desconhecidos, anónimos que ali vagueavam e assim me tornei noutro deambulante que dançava nas suas vestes de texturas diferentes, enquanto deixava mensagens silenciosas, perdidas num lugar de poetas… lágrimas que desciam pelos carris dos eléctricos e jaziam no rio.

Deixei que as horas passassem por mim enquanto trocava segredos com esta zona nostálgica, procurava poesia que noutras épocas juntavam as pessoas em tertúlias nos cafés que me mostrassem o caminho que fizesse escrever as lágrimas que dos meus olhos teimam em não cair…

O sorriso das pessoas, alegria… aquele tão belo sentimento que perdi, que me abandonou… Por vezes esquecia-me do passado e noutros era incapaz de não me lembrar do teu rosto – simplesmente aparecias, naqueles momentos magníficos que o Chiado oferece a qualquer instante imprevisível e que gostaria de ter partilhado e que agora vivo passeando de mão dada com a solidão.

Bruno Ribeiro
Lx. 28.Out.06

 
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baraujo
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